Linha de produtos ecológicos começa ser produzida no Rio Grande do Sul em novembro deste ano, em parceria com a Braskem
Linha de produção da borracha tradicional, em fábrica da Lanxess, será substituída por borracha verde de cana
A multinacional alemã Lanxess, que atua no setor químico produzindo borrachas derivadas de petróleo para a indústria automobilística, anunciou em São Paulo que, a partir de novembro, dará início a uma linha de produção de borrachas verdes, derivadas de cana-de-açúcar no Brasil. A empresa atuará em parceria com a Braskem no Rio Grande do Sul e, segundo Guenther Weymans, chefe da unidade de negócios de borracha da companhia, a meta é substituir toda a produção a base de petróleo pela borracha ecológica. A borracha utilizada pela indústria automobilística é chamada de monômero propileno dieno (EPDM, em inglês), mas até hoje, nenhuma indústria conseguiu um produto que não fosse derivado do petróleo. A borracha verde anunciada pela Lanxess é inédita no mundo e, para produzi-la, a Lanxess utilizará o etileno obtido a partir da desidratação do etanol.
Weysman explicou que o produto é usado em mangueiras de motores, vedação de portas e vidros e nos limpadores de pára-brisas de veículos, mas que também tem aplicações nas áreas da construção civil, como fios elétricos e cabos que ficam expostos a natureza. O executivo disse que a Braskem fornecerá o bioetileno e o produto será tranportado entre as duas fábricas através de tubulações, já que as duas plantas estão instaladas no mesmo município.
A Lanxess já produz 40 mil toneladas de borrachas derivadas de petróleo por ano no Brasil, mas quase metade da produção é exportada para os Estados Unidos e países da América do Sul. Weysman disse que a empresa estima produzir 10 mil toneladas por ano da borracha de cana e que a empresa já teria cerca de dois mil clientes interessados no produto sustentável, no entanto, os preços finais do produto ainda terão que ser negociados com a Braskem, pois são mais altos.
Mas o executivo não quis revelar qual a elevação de custo do produto ecológico, em relação ao derivado de petróleo. Weysman declarou apenas que a empresa está em negociação com a Braskem para reduzir o preço final e tornar a produção viável e que o investimento na nova linha de produção somou R$ 5 milhões.
Do Globo on line