Em um comunicado publicado em um site fundamentalista islâmico, a rede terrorista Al Qaeda confirmou que o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, ex-número dois de Osama bin Laden, é o novo líder do grupo. No início de maio, dias depois da morte de Bin Laden em uma operação conduzida por forças especiais dos Estados Unidos, ÉPOCA publicou perfil de Zawahiri, um homem terrivelmente cruel e calculista:
Quando voltou ao Egito, Zawahiri tornou-se um defensor da ideologia “Takfir” de Sayyid Qutb. Por meio de uma tese canhestra, que classificava como traidores do islã os líderes que não impunham a lei islâmica a seus países, Qutb conseguiu burlar a proibição, prevista no Alcorão, do assassinato de inocentes, principalmente de muçulmanos. Do intercâmbio com o Irã xiita revolucionário e do grupo libanês Hezbollah, Zawahiri emprestou a ideia dos homens-bomba. Seu grupo tornou-se, em 1993, a primeira facção terrorista sunita a usar a mortífera técnica. No mesmo período, foi ele quem inovou o marketing do terror ao obrigar os “mártires” a gravar vídeos de despedida antes do suicídio. Em 1997, quando o Grupo Islâmico, rival da Al-Jihad, anunciou a renúncia à violência, num acordo com o governo de Hosni Mubarak, Zawahiri interveio. Instigou membros da facção a fazer um grande ataque. Em novembro daquele ano, seis terroristas mataram a tiros e facadas 58 turistas estrangeiros em Luxor e se mataram logo em seguida.
José Antonio Lima - Do Época