Alguns dos títulos vendidos na loja virtual da Editora Malagueta.
Alguns dos títulos vendidos na loja virtual da Editora Malagueta.Era uma vez um grupo de amigas lésbicas que não tinham muitos “era uma vez” lésbicos para ler no dia a dia. Decidiram se juntar, então, e formar uma editora que publicasse obras voltadas para esse público. Sob a direção de Laura Bacellar,49 anos, formada em editoração pela Universidade de São Paulo, a Editora Malagueta abriu suas portas – virtuais – em 2008. “Fazemos parte de uma minoria, mas não uma minoria pequena”, afirma Laura, que acredita que o L da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) não recebe a mesma atenção que os gays do sexo masculino. “O público lésbico ainda é invisível. As pessoas têm dificuldade em aceitar que ele existe. Os gays aparecem mais e isso não é demérito. Eles conquistaram esse espaço.” Para mudar isso, a Malagueta procura levar autoras conhecidas do gênero da internet para o meio impresso, além de promover eventos que discutam o tema. “Existe cultura lésbica. E pessoas pensando nessa cultura”, diz Laura. “Nós queremos abrir um espaço maior para que mais pessoas conheçam esse universo.” Além de lançar títulos originais – a editora já possui três publicados – a Malagueta comercializa livros de literatura lésbica de outras editoras em sua loja online. No dia 17 deste mês (quinta-feira), lançará sua quarta obra, “Aquele dia junto ao mar”, da autora Karina Dias, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, a partir das 18h30. A trama acompanha a tumultuada história de amor de Duda, uma estudante de educação física, e Gabriela, uma garota de programa complicada e cheia de más companhias.
Por Rafael Farias Teixeira