Atenção, tripulação, decolagem autorizada!
Pelo menos três vezes por semana esse é o alerta repetido pelo empresário Mauricio Catelli, 42 anos, aos tripulantes do Boeing 737-800 que ele comanda de um dos quartos de seu apartamento no bairro de Perdizes, em São Paulo. À frente de um simulador de voo profissional, conectado à internet e em contato com outros simuladores virtuais, ele se livra das tensões e faz uma das coisas que lhe dá mais prazer: pilotar. “Viajar na ponte aérea Rio-São Paulo é um dos meus roteiros preferidos”, diz. Catelli começou a montar seu simulador em 2005 e até hoje não resiste a um novo acessório para torná-lo cada vez mais profissional. “Faço em média quatro voos de uma hora por semana. Se tivesse mais tempo livre, voaria mais”, afirma. No comando de duas empresas, a CAS Tecnologia, que desenvolve sistemas de medição remota de consumo de água, gás e energia, e a Imper Assessoria Imobiliária, que juntas faturam R$ 45 milhões por ano, Catelli ainda arruma tempo para voar de verdade, ao lado da esposa e dos filhos, pilotando seus dois aviões: um Skybolt 260, próprio para acrobacias aéreas, e um Piper J3, usado para treinamento de pilotos americanos na Segunda Guerra Mundial. “Voar me ajuda a ser mais disciplinado e a planejar melhor os negócios, além de me dar muito prazer.”
O QUE FALTA CONQUISTAR
O empresário não esconde que uma das suas maiores ambições é ter mais tempo livre para voar e desfrutar da companhia da família. “Meu sonho é trabalhar apenas de terça a quinta-feira. Assim seria possível morar na minha chácara, em Itatiba, interior de São Paulo, e dar aos meus filhos uma qualidade de vida melhor, com mais espaço.”
Por Fernanda Tambelini