terça-feira, 3 de novembro de 2009

Oficina de arte em festa de aniversário gera lucro


O mercado infantil não para de crescer. E empresários que apostam no público mirim, sabem: o retorno neste segmento é garantido.
Uma escola de música existe há 18 anos e tem 500 alunos; 180 são crianças matriculadas no curso de musicalização infantil, desenvolvido especialmente para idades entre 8 meses e 6 anos.
Sophia já aprendeu a emitir sons com as palmas, e adora tocar chocalho. Gabriel fica muito animado com as aulas de percussão e grita de alegria. Estudos mostram que o contato da criança com a música ajuda a desenvolver outras capacidades. “A musicalização infantil vai ajudar no desenvolvimento global da criança. Não é só para formar músicos, a gente pensa na criança como um todo, está na parte social, na parte motora, na questão cognitiva, a psicológica. Porque a música abrange todas essas áreas”, diz Renata Mesquita Pereira, professora de música.
O dono da escola é um expert do setor. Rubens Gianotti, tecladista e autor de métodos para teclado e órgão, investiu pesado em bons instrumentos. Só um órgão raro, vale US$ 25 mil. Com ele, o músico monta uma banda inteira.
Para atender ao público mirim, um instrumento como o violino, tem que ser menor; específico para crianças. “Você sempre tem que trabalhar com as melhores marcas, os melhores modelos do mercado, para a pessoa poder explorar ao máximo aquele equipamento”, explica Gianotti.
Os investimentos também foram grandes na estrutura do prédio. Todas as salas da escola têm tratamento acústico nas paredes e janelas de vidro duplo. Além disso, é preciso experiência didática na hora de conquistar os alunos. Maria Laura tem aulas há dois anos e meio. “Eu comecei a gostar quando comecei a aprender várias notas e músicas”, diz.
Quando se fala em retorno financeiro, o empresário destaca a dedicação de uma vida inteira aos estudos. “Você precisa ser músico desde criança, você precisa ser pedagogo desde criança, você precisa trabalhar com isso a vida inteira, porque a montagem de um espaço, de todo conhecimento, requer uma vida de estudo, porque não se prepara um músico da vida para a noite”, diz Gianotti.
O mercado infantil também é alvo desta escola. A empresária Teresa Steuer dá cursos de arte para crianças. São técnicas como mosaico, pintura em tela e cerâmica. Segundo ela, o setor é forte e tem pouca concorrência. “É um nicho de qualidade de atividade que você pode dar para o seu filho, que é o que eu acho onde o mercado está defasado”, opina Teresa. A empresária investiu R$ 70 mil para montar um atelier, em 2003. Reformou o espaço e comprou os equipamentos para as aulas. No curso de mosaico, por exemplo, as crianças cortam o azulejo e colam os pedaços sobre o desenho na madeira. O objetivo é decorar uma mesa. “Vai ajeitando cada peça, se tiver uma pontinha, você pega e com o alicate, arredonda isso”, ensina a aluna Carolina Fontoura.
Cada aula custa R$ 60, com três horas de duração. O maior movimento é nas férias escolares, quando a empresa atende a 40 crianças por mês. O lucro é no volume. “Se você tem três alunos, você não vai ganhar muito dinheiro não, mas se você tiver 30, 20, acima de 15, já é um bom lucro. Porque o tempo que te toma para dar aula para três, é o tempo que vai te tomar para dar aula para 15, 20”, contabiliza Teresa.
Nos finais de semana, a empresária transforma o atelier em uma espécie de buffet alternativo. Ela faz festas de aniversário de criança. Do lado da mesa de bolo, a mesa de pintura, onde as crianças decoram pratos e xícaras de cerâmica.
A princesa e o sapo! Primeiro, a empresária faz o desenho no prato, com o nome de cada criança. Depois, é só pintar, roxo, preto, verde.
Intervalo para comer doce, porque ninguém é de ferro. Hora de cantar parabéns! Logo, as crianças voltam para as aulas – para elas, uma diversão. E terminam de colorir as peças. “Eu aprendi a pintar e queria pintar com minhas amigas”, diz a aniversariante Manuela, de 9 anos.
“É um mercado bom porque é inovador. Então, tem poucos que estão oferecendo isso no mercado, e a mãe quer uma coisa nova”, diz Teresa.