“Há um mês, abri uma livraria com produtos diversificados - entre presentes e camisetas. Quanto fiz meus cálculos para a abertura, fiz uma projeção pequena de vendas em virtude de estar localizado em um bairro tranquilo. Porém, a demanda está maior que a minha projeção de capital de giro e portanto existem alguns produtos que não estou conseguindo repor com rapidez. O problema da reposição é disposição de recursos (dinheiro) para a compra. Além disso, estes produtos não são o carro chefe da livraria, têm uma margem pequena de lucro e seu custo é um tanto quanto alto. Como poderia equilibrar meu fluxo de caixa e capital de giro sem recorrer a bancos ou, caso seja necessário recorrer, qual o aconselhamento financeiro para este tipo de problema.” Messias M. Silva Há algumas ações que podem ser adotadas em seu caso: Negociar com os fornecedores atuais: Como há demanda para os produtos, vale a pena tentar renegociar preços de compra e/ou condição de pagamento (prazos). Isso poderá melhorar as margens de lucro e ajudar a equilibrar o fluxo de caixa. O argumento que você poderá usar é que os volumes comprados devem ser maiores que o inicialmente imaginado. Isso poderá aumentar seu poder de barganha. Buscar novos fornecedores: Se não houver sucesso na negociação com fornecedores atuais, sempre vale a pena pesquisar novos fornecedores no mercado. Aliás, isso deve ser uma prática permanente na gestão da empresa. Rever produtos e preços de venda: Simultaneamente às negociações com fornecedores, pode-se analisar a possibilidade de trocar os produtos vendidos, testando porém variações nos preços de venda de forma a melhorar a receita e as margens de venda. Recorrer a um banco para financiamento de capital de giro é sempre a última solução a adotar. Os juros pagos pelo financiamento tendem a reduzir ainda mais as margens de venda, pois é preciso considerar as despesas de juros na apuração da margem de venda. Se não houver alternativa e for realmente necessário financiar o capital de giro em banco, a recomendação é pesquisar as melhores taxas no mercado e quitar o empréstimo tão cedo quanto possível.
Por Kenzo Otsuka*