quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Smart e Mini, modificando a cidade


Eles têm o dom de mudar os lugares por onde passam. Agradam a quem está dentro e também a quem está admirando do lado de fora. O visual simpático tende a desarmar o espírito dos outros motoristas, motociclistas, caminhoneiros. Por dentro, Mini e smart (assim mesmo, com inicial tão minúscula como o carro) fazem a alegria dos ocupantes, estando ou não ao volante. Os dois chegaram quase ao mesmo tempo. O smart fortwo passeou pelas páginas da Autoesporte na edição de abril. O Mini Cooper foi mostrado em maio. Mas, como os dois querem conquistar o mesmo público (urbano, moderno, mente aberta e endinheirado), resolvemos juntá-los. Porém, não se trata de um comparativo convencional, porque eles são muito diferentes em preço, tamanho, motores... O smart larga na frente por causa do preço. O modelo custa R$ 57.900 (versão fechada), ou R$ 64.900 no caso do cabriolé. O Mini mais barato sai por R$ 92.500. Mas o modelo inglês dá o troco por oferecer quatro lugares, o dobro do representante alemão (feito na França sob a batuta da Mercedes-Benz, criadora da marca smart).
Um passeio pela cidade mostrou que no quesito atração o smart leva vantagem. Perto do Mini, quem é míni é o smart. Ele é o mais fora do convencional dos dois: é bem mais curto (2,69 metros, 1 m a menos que o Mini) e tem linhas externas mais arrojadas. A frente é bem inclinada e a traseira é totalmente chata – no sentido geométrico da palavra. A lateral é quase toda formada pela porta.
Perto do smart, o Mini fica mais sóbrio. O modelo é uma releitura do carrinho lançado em 1959, que surpreendia pelas inovações. Além do tamanho reduzido, trazia tração dianteira, motor transversal e coxins de borracha no lugar das molas de suspensão. O novo modelo, lançado em 2002, já sob o controle da BMW, retoma as linhas nostálgicas do original. Daí o capô baixo e relativamente longo, a grade cromada e a traseira abaulada.
Por dentro, os papéis se invertem: no fundo, no fundo, o extrovertido smart é um pouco tímido e simples no interior. Os destaques são o conta-giros e o relógio instalados acima do painel. O restante da instrumentação não chama tanta atenção. Uma prateleira sob o painel faz as vezes de porta-luvas.
No Mini os designers capricharam muito mais. O enorme velocímetro no centro do painel é do tamanho de uma pizza brotinho. Chama a atenção de qualquer um que olhe para dentro do carro, mas – curiosamente – tem efeito mais estético do que prático. Isso porque, para verificar a velocidade, é preciso desviar muito a atenção. Além disso, não permite leitura precisa, porque a gente olha para o mostrador de lado, e não de frente.