A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira que gostaria de contar com o apoio dos partidos da base aliada para a campanha de reeleição, mas que vai seguir em frente se perder algum apoio, dias após uma das legendas governistas ter lançado um manifesto pedindo a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Gostaria muito que quando eu for candidata, eu tivesse o apoio da minha própria base, agora, não havendo esse apoio, a gente vai tocar em frente", disse Dilma em entrevista a emissoras de rádio da Bahia, ao ser questionada sobre um eventual "fogo amigo" a favor do movimento conhecido como "Volta Lula".
"Acho que sempre por trás de todas as coisas existe outras explicações, não vou me importar com isso, daqui até o final do ano tenho uma atividade importantíssima para fazer e não posso me desligar nem um minuto dela, que é governar esse país", acrescentou.
Na segunda-feira, o Partido da República (PR), integrante da base aliada, divulgou uma carta
aberta pedindo que Lula assuma a candidatura presidencial no lugar de Dilma Rousseff. Segundo o líder do PR na Câmara, Bernardo Santana de Vasconcellos (MG), o manifesto foi assinado por 20 dos 32 deputados da legenda.
Dilma lidera a corrida presidencial, segundo as pesquisas mais recentes, mas a avaliação positiva do governo e o percentual de intenção de votos na presidente têm caído nos últimos meses.
Pesquisa CNT/MDA divulgada na terça-feira mostrou queda nas intenções de voto de Dilma de 43,7% em fevereiro para 37,0%, enquanto o senador Aécio Neves (PSDB) ganhou fôlego, passando de 17,0% para 21,6%.
Lula, que quando aparece em cenários nas pesquisas eleitorais continua mostrando força para ser eleito se fosse candidato, tem repetido que não será candidato na eleição presidencial deste ano.