segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

RECIFE TEM CANTOS MIL ...

          

         Em meados do século XIX (1850-1856) foi construída a estação inicial da Rede Ferroviária do Nordeste e ela foi chamada de Estação Central. Esta construção fica à esquerda do rio Capibaribe e defronte da atual Casa da Cultura, na rua Floriano Peixoto, situada no bairro de São José, no Recife.

A Estação Central, posteriormente, teve como objetivo servir à Estrada de Ferro Central de Pernambuco, tendo sido inaugurada no ano de 1888.

          Na fachada do prédio é possível se observar dois torreões e, sobre eles, quatro águias de bronze de asas abertas. No meio da fachada, há um relógio com uma moldura artística. E, na entrada, pode-se ver quatro coroas de metal, onde estão gravados alguns símbolos e os seguintes nomes: Viollet-le-Duc / W. Young / F. Schimidt / Polonceau.

          A Estação Central foi arrendada à Great Western of Brazil Railway Company, de Alagoas até o Rio Grande do Norte. Cabe ressaltar que a Great Western administrava as ferrovias brasileiras desde o princípio do século XIX.

Partindo da Estação Central, as pessoas podiam chegar em diversos pontos do Nordeste do Brasil, tais como o sertão do Cariri, no Ceará; Campina Grande, na Paraíba; as caatingas do Pajeú, em Pernambuco; ou às margens do rio São Francisco, em Alagoas.

         Sobre o barulho dos trens da época, correndo sobre os trilhos em Palmares - a sua cidade natal - o célebre Ascenso Ferreira escreveria  o conhecido poema:

"[...]Mangabas maduras,
mamões amarelos,
mamões amarelos
que amostram, molengos,
as mamas macias
pra gente mamar...

Vou danado pra Catende,
vou danado pra Catende,
vou danado pra Catende
com vontade de chegar [...]”

          Com o passar dos tempos, os trens se tornaram obsoletos e a sua rede de serviços não mais conseguia atender à demanda da população. Foi o começo da implantação do metrô de superfície do Recife – o METROREC – cujo primeiro trecho seria inaugurado em 1985. A antiga Estação se tornaria, então, a porta de entrada para esse meio de transporte moderno.

          No presente, além disso, a Estação Central abriga a sede do Museu do Trem, que foi criado no ano de 1972 e teve como patrono o sociólogo Gilberto Freyre.