Morreu às 4h30 deste domingo (4), em São Paulo, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, o Doutor Sócrates, aos 57 anos. O ex-jogador teve passagens pelo Corinthians, Flamengo, Santos e seleção brasileira.
A informação foi confirmada ao R7 pela assessoria de imprensa do hospital Albert Einstein. A morte foi causada, segundo os médicos, em consequência do choque séptico sofrido pelo ex-jogador na última quinta-feira. Essa foi a sua terceira internação neste ano. Antes, ele já havia ficado no hospital para tratar problemas no fígado, causados pelo vício em álcool.
Revelado pelo Botafogo de Ribeirão Preto, Sócrates se destacou como um meia habilidoso e líder de grupo. Estreou na equipe em 1974, contra o América-SP, em jogo vencido por sua equipe por 1 a 0. Lá, foi artilheiro e ajudou o clube do interior a conquistar o Campeonato Paulista de 1976. Após quatro anos no time do interior paulista, transferiu-se para o Corinthians, com o qual conquistou três títulos paulistas (1979, 1982 e 1983) e foi um dos idealizadores da chamada Democracia Corintiana, em que jogadores tomavam parte nas decisões que influenciariam o time. Adorado por uns e incompreendido por outros, deixou o Corinthians em 1984, após seis anos no clube paulista, e foi para a Itália, onde atuou pela Fiorentina. Retornou ao Brasil dois anos depois para vestir a camisa do Flamengo, e logo que chegou conquistou o Campeonato Carioca daquele ano. Ainda jogou no Santos, também por dois anos, antes de encerrar definitivamente a carreira.
Seleção brasileira
Um dos principais nomes da seleção brasileira em sua geração, ele disputou duas Copas do Mundo pela equipe, em 1982, na Espanha, e 1986, no México. Sócrates acabou marcado por um pênalti perdido contra a França, na Copa do Mundo de 1986, que culminou com a eliminação do Brasil do Mundial. Antes, em 1982, fez parte da seleção que entrou para a história pelo bom futebol apresentado, mas mesmo assim foi eliminada pela futura campeã Itália, no jogo que é considerado uma das maiores tristezas esportivas para o povo brasileiro. Sócrates era um dos principais jogadores da Seleção Brasileira que encantou, mas não levou a Copa de 1982
O Doutor
Paralelo à carreira de jogador de futebol, Sócrates estudava medicina. A dedicação lhe rendeu a alcunha de Doutor, que o acompanhou por toda a carreira. A clareza nas palavras o fez assumir papel de destaque na geração que brigava por liberdade no país. Além de ser um dos líderes da Democracia Corintiana, Sócrates se fazia ouvir nos protestos a favor das eleições diretas para presidente, na década de 80.
Do Melki Leão