A Câmara de Vereadores de Teresópolis, cidade na região serrana do Rio que em janeiro foi duramente afetada pela maior tragédia natural da história do Brasil, cassou na noite de terça-feira 1º de Novembro, o prefeito Jorge Mario Sedlacek. Sedlacek é acusado de desviar R$ 7 milhões da ajuda que o governo federal enviou para a Prefeitura de Teresópolis para socorrer as vítimas das enxurradas ocorridas no início do ano.
A cassação se deu por unanimidade e agora o Tribunal Regional Eleitoral deve determinar como a sucessão será realizada. O vice-prefeito eleito, Roberto Pinto, morreu de infarto dois dias após assumir e agora o posto é ocupado interinamente por Arlei de Oliveira Rosa (PMDB), que era o presidente da Câmara. O Globo detalha as acusações contra Sedlacek:
Jorge Mario – que era do PT, foi expulso do partido e hoje não tem legenda – é suspeito de envolvimento num suposto esquema de corrupção e pagamento de propina. Um empresário contou em depoimento ao Ministério Público Federal que, na semana da tragédia de janeiro, uma reunião na prefeitura entre representantes de empresas e secretários acertou o reajuste da propina. Normalmente, os servidores públicos pediam 10% e passaram a exigir 50%. A investigação do MPF, sob sigilo de Justiça, apontou ainda irregularidades em licitações. Segundo o denunciante, na semana das enxurradas – ocorridas em 12 de janeiro -, empresários e secretários se reuniram num gabinete da prefeitura, para dividir os contratos sem licitação e os recursos federais. O dinheiro, um total R$ 100 milhões, foi enviado ao Estado do Rio pelo Ministério da Integração Nacional.
Por José Antonio Lima – Do Época
