Conhecido como “Dr. Destruição” por ter previsto a crise econômica de 2008, o economista Nouriel Roubini, da Universidade de Nova York, voltou a fazer previsões catastróficas para a economia mundial a curto prazo. Nesta sexta-feira, em evento em Cernobbio, na Itália, Roubini afirmou que é “significativa” a possibilidade de o mundo entrar em uma “recessão de duplo mergulho”, que é a ocorrência de uma segunda recessão após um breve momento de reação da economia. A agência Associated Press conta:
Roubini culpou principalmente os eventos inesperados de 2011 – a Primavera Árabe aumentando o preço do petróleo, a crise na Grécia se espalhando pela Europa, os desastres naturais do Japão afetando a cadeia de suprimentos global e as “signficativas preocupações sobre o sistema dos EUA e a luta política (sobre o teto da dívida) entre democratas e republicanos”. Por conta dessa série de choques, ele estimou que as economias avançadas chegaram a uma velocidade de crescimento paralisante de 1% por ano, um número mais baixo que as expectativas oficiais de muitos países. Roubini disse que os governos e bancos centrais, que já criaram estímulos econômicos de vários trilhões de dólares, não têm mais “balas” [para atacar a crise].
As previsões de Roubini foram apoiadas por economistas de todo o mundo desenvolvido, mas, de acordo com a AP, o chinês Min Zhu, vice-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), contrapôs os argumentos de Roubini, afirmando que os países em desenvolvimento (como o Brasil, que cresceu 0,8% no segundo trimestre) poderiam manter a economia aquecida.
Roubini rebateu afirmando que uma quebra na demanda do países desenvolvidos afetaria todo o mundo, não importando o papel dos países desenvolvidos. Seu argumento foi reforçado pela preocupação elevada nos mercados nesta sexta-feira, data em que o governo dos Estados Unidos confirmou que não criou nenhum emprego em agosto, o pior resultado em 11 meses, indicando que pode estar entrando em uma nova recessão.
Foto: Daniel Dal Zennaro/EFE
Por José Antonio Lima – Do Época