segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Espécie invasora será removida para preservar mico-leão-dourado no Rio de Janeiro


O mico-leão-de-cara-dourada foi solto acidentalmente no estado e passou a competir com espécie nativa

A ONG Instituto Primatas alerta sobre o perigo de exclusão do mico-leão-dourado, já que o encontro com o mico-leão-de-cara-dourada sempre gera a disputa por áreas e comida

O mico-leão-de-cara-dourada anda roubando espaço do mico-leão-dourado, que é natural de uma área de floresta em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo a ONG Instituto Primatas, a espécie foi solta acidentalmente por lá há dez anos e a partir daí começou a ser tratada como invasora. Ela se tornou uma competidora ao ocupar o mesmo ambiente, disputar por alimentos e locais semelhantes para dormir. A entidade alerta sobre o perigo de exclusão do mico-leão nativo, já que o encontro de duas espécies sempre gera a disputa por áreas e comida.

Por esta razão, um grupo de pesquisadores vai começar a retirar o mico-leão invasor da floresta (segundo o último levantamento, de 2009, havia mais de cem deles), que é natural da Bahia. A mudança deles para o lugar de origem faz parte de uma tarefa complexa. Os animais capturados serão colocados em quarentena e só depois estarão aptos a serem soltos na mata que faça parte da área original deles de distribuição. Além disso, uma equipe será mantida no local que irá receber os macacos e acompanhar a adaptação deles na nova área.

Mesmo depois de terminada a retirada do mico-leão-de-cara-dourada da floresta, em Niterói, os pesquisadores irão monitorar a área por mais algum tempo a fim de garantir a saída completa dos animais. A previsão da ONG é que o trabalho tenha a duração de dois anos para concluir a remoção. O plano é que em 15 meses todos os animais sejam capturados e o restante do tempo seja dedicado ao processo de reintegração deles ao próprio hábitat. Para realizar o projeto, a equipe precisou captar recursos, em torno de 500 mil reais, a partir de financiamento internacional e investimentos de instituições ambientais.

Por Janice Kiss