quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Internauta brasileiro faz mais compras on-line do que média mundial


Pesquisa da GS&MD mostra que 96% dos brasileiros fazem compras pela web, ante 88% do resto do mundo

A segunda edição da pesquisa “Neoconsumidor”, da consultoria GS&MD-Gouvêa de Souza, comprova uma tendência que já vem sendo indicada em várias frentes: a afinidade sem igual do brasileiro com a internet.

O sucesso de sites como Orkut, Facebook e Twitter, nos quais o país aparece entre os mais movimentados do mundo, mostram isso. O estudo da GS&MD, que foi feito com mais de 10 mil internautas em 15 países diferentes, pesquisou o segmento de compras on-line. A conclusão é que o Brasil é um dos países que mais utiliza a internet como meio de compras. Os números serão apresentados no Digitailing – Fórum Internacional de Varejo Digital, que acontece no dia 23 de agosto, em São Paulo.

No Brasil, 96% dos entrevistados afirmaram que já fizeram compras pela internet ou o fazem com regularidade. É um leve crescimento sobre 2009, quando foi feita a primeira edição da pesquisa: naquele ano, 92% dos entrevistados brasileiros informavam utilizar a rede para compras. O percentual coloca o Brasil acima da média mundial – nos 15 países pesquisados pela GS&MD, a média é de 88% e não cresceu desde 2009.

O fenômeno fica ainda mais acentuado quando considerado apenas o segmento de compras coletivas – no Brasil, a proporção de internautas que utilizam ou já utilizaram estes tipo de site é praticamente o dobro da média dos demais países. Segundo o estudo, 51% dos brasileiros já utilizaram a modalidade, contra 28% nas outras localidades. Além disso, apenas 1% dos brasileiros entrevistados informou nunca ter ouvido falar em compras coletivas, ante 18% da média geral.

“O Brasil tem uma abertura em incorporar canais digitais muito grande. Vide o que já aconteceu nos sites de redes sociais, e mesmo com os de compra coletiva”, diz Luiz Góes, sócio sênior da GS&MD.

Fechar explicações que justifiquem esse fenômeno é difícil, mas Góes arrisca algumas. “Somos um país com uma cultura comunitária muito forte: seja o futebol, o grupo de amigos, o clube. E a internet se tornou um meio que potencializa isso”, diz. Outro elemento que colabora para a afinidade cibernética do povo brasileiro, destaca o especialista, é o fato de o Brasil ser um país ainda jovem em relação àqueles de economia mais madura. “A idade média da população brasileira é de 29 anos. No Estados Unidos, e na Europa, a média já gira em torno dos 40.”

Continuidade da loja física

Embora o comércio eletrônico seja um segmento em franca ascensão, a pesquisa da GS&MD indica que, por um bom tempo, o mercado on-line não ameaça e existência do mercado presencial. “A maioria das pessoas ainda valoriza as lojas, e é nela que faz a maior parte de suas compras.” Um grande desafio do mundo cibernético, segundo ele, é substituir a experiência de se poder ver, tocar e experimentar o produto a ser comprado.

Esse quesito, no entanto, vem perdendo resistência, graças principalmente a avanços tecnológicos que já permitem vários tipos de interatividade on-line, como ver um produto em três dimensões ou simular a prova de uma roupa. Segundo a GS&MD, 66% dos entrevistados informavam em 2009 não fazer compras on-line por falta do contato tátil. Em 2011, essa porcentagem já caiu para 63%.

Por Juliana Elias