Com a expectativa de vida mais longa, o cuidador de idosos se torna a cada dia um profissional mais requisitado. Com a demanda maior, aparecem também novas oportunidades de negócios. Uma rede de franquia de cuidadores investe no segmento.
O empresário Marco Imperador começou o negócio no Brasil há dois anos. A ideia veio do exterior, do Canadá, onde o trabalho de cuidadores é muito difundido. A faixa etária do país é semelhante à do Brasil. O empresário montou o sistema de franchising com R$ 30 mil.
“São 120 mil unidades em dois anos. Um ritmo rápido de crescimento, que hoje precisaríamos ter 500 franqueados para atender a demanda”, afirma Imperador.
A rede de franquias oferece um serviço completo de acompanhamento. O cuidador ajuda em todas as tarefas do dia a dia. Desdea simples companhia a trabalhos mais específicos, como supervisionar o cliente durante exercícios de fisioterapia.
Cada franquia conta com uma equipe de profissionais especializados. São técnicos e auxiliares de enfermagem. O franqueador oferece treinamento para que o serviço mantenha sempre um alto padrão de atendimento.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 15 anos o número de pessoas mais velhas subiu 34% no país. A população brasileira vive, hoje, em média, 68 anos, 2 anos e meio a mais do que no início da década de 90. Em 2020, a população com mais de 60 anos deve chegar a 30 milhões de pessoas.
“O grande propósito da franquia não é substituir o médico ou o enfermeiro (...). Ele atende as necessidades primárias que talvez um irmão, uma mãe e um pai pudesse fazer, mas que agora não têm mais tempo”, explica Imperador.
Investimento
Para abrir uma franquia, o investimento é de R$ 20 mil. Uma das vantagens é que o tipo de negócio não exige ponto comercial. Os contratos são fechados por telefone ou direto no site da franquia. Nele, o cliente informa o CEP do local onde mora e é encaminhado ao franqueado mais próximo. O pagamento pode ser mensal, semanal, ou por períodos diários. Nesse caso, o preço é cobrado por hora e varia entre R$ 8 e R$ 10.
Wagner Lodos é dono de uma franquia em São Paulo. Há 2 anos, ele apostou no negócio. Hoje atende cerca de 30 pacientes por mês. “A gente fornece as primeiras informações pelo telefone e explica direitinho como funciona. Marcamos uma visita de avaliação, que é uma visita até sem compromisso algum, para conhecer a família, para conhecer o paciente”, afirma.
Para o franqueado, o retorno do investimento veio em um ano. Hoje, o faturamento mensal é de R$ 65 mil.
Além de atender a idosos, a franquia também cuida de pessoas com necessidades especiais, vítimas de acidentes ou que passaram por cirurgias. O advogado Antônio Seabra se recupera de um AVC. “Eu estou me sentindo muito bem porque sou muito bem cuidado”, diz.
Supervisão
A franqueada Arlete Pinheiro aposta nesse mercado há um ano e faz questão de supervisionar o trabalho de perto. Por mês, a franquia atende 15 idosos e fatura R$ 10 mil.
Dona Anunciata é um dos clientes da franquia. Aos 87 anos, ela ganhou companhia de uma cuidadora três vezes por semana. Nos períodos em que a família não está em casa.
A neta Izabela Seraglia paga pelo serviço R$ 800 por mês. “Minha vida é muito corrida. (...) Aí eu optei em uma companhia, para falar a verdade, não um cuidador, uma companhia porque ela é completamente independente”, diz a neta.
A cuidadora Vilma Rodrigues é técnica em enfermagem. Durante o dia, ela acompanha os passos de dona Anunciata, ajuda nos exercícios de fisioterapia e mostra que o carinho entre o profissional e o cliente é o segredo para melhorar a autoestima e a qualidade de vida dos idosos.
“É bastante agradável porque conversamos, ela relembra o passado, fala de um futuro (...), tem um vinculo bem grande entre nós”, diz Vilma.