“Altos níveis de cafeína associados a eventos estressantes interagem e produzem níveis elevados de alucinações em pacientes não clínicos. Isto indica que deve haver cautela no consumo desta bebida considerada segura”, afirma Simon Crowe, da Faculdade de Ciências Psicológicas da Universidade.
Para chegar a estes resultados, os pesquisadores reuniram 92 voluntários, que foram submetidos a condições de estresse alto e baixo e, proporcionalmente, uma quantidade alta ou baixa de cafeína. Eles tiveram de ouvir o ruído branco – ruído produzido pela combinação simultânea de sons de todas as frequências – e deveriam informar aos pesquisadores sempre que ouvissem a canção White Christmas, de Bing Crosby, durante o ruído branco. Um detalhe: a música não foi tocada em nenhum momento.
Aqueles que foram submetidos a níveis altos de estresse ou de cafeína foram mais propensos a dizer que ouviram a música. “Há uma ligação entre níveis elevados de estresse e psicose, e descobrimos uma correlação entre cafeína e propensão à alucinação. A combinação de cafeína e estresse aumenta a probabilidade de um indivíduo ter um sintoma parecido com psicose”, explica.
Crowe adiciona que seu estudo também ajuda a explicar como o estresse leva a sintomas de esquizofrenia e sintomas em amostras não clínicas. “É evidente que os riscos à saúde do uso excessivo de cafeína devem ser abordados e devem se estabelecer limites com relação ao uso exacerbando deste estimulante”, conclui.
A cafeína age no sistema nervoso central humano, afasta temporariamente a sonolência e aumenta o estado de alerta. É a substância psicoativa mais consumida. Ao contrário de outras substâncias psicoativas, a cafeína é legal. A maioria dos adultos na América do Norte, do Sul e Europa Ocidental consome cafeína diariamente.
A cafeína também é um diurético (promove a formação de urina pelos rins), quando consumida em quantidades suficientes. No entanto, os consumidores regulares, eventualmente, desenvolvem uma tolerância ao efeito diurético.
