segunda-feira, 21 de março de 2011

Principais notícias do dia 21 de março

Avaliação de Kassab é a pior de série histórica

Os mapas da guerra na Líbia

Basta começar a movimentação militar e logo começa a correria nas equipes de infografia dos veículos de comunicação do mundo inteiro. Em qualquer cobertura de guerra, não podem faltar os mapas mostrando os arsenais, os alvos, os contingentes. No fim de semana, o britânico Guardian e o espanhol El País publicaram infográficos com a distribuição militar da coalizão ocidental. Apesar do mapa britânico ser interativo, o material do site do jornal espanhol é mais detalhado para explicar a operação “Odisseia do Amanhecer”:

“O objetivo é destruir os meios do Exército Khadafi que possam ameaçar os aviões que devem assegurar a zona de exclusão aérea.”

O americano The New York Times atualiza diariamente um mapa mostrando a movimentação das forças rebeldes, contrárias ao ditador Muammar Khadafi.

Liuca Yonaha

Obama no Brasil: Times aborda questão racial

No blog político The Caucus, o jornal The New York Times notou que Dilma Rousseff fez diversas referências ao fato de Obama ser o primeiro presidente negro dos Estados Unidos – e ela a primeira mulher presidente do Brasil – enquanto Obama manteve sua tática de “deixar o simbolismo falar por si só”.

Mas isso não quer dizer que a Casa Branca não tira vantagem do pano de fundo racial da história de Obama e do simbolismo que isso tem. As atividades do presidente no domingo, no Rio de Janeiro – uma visita a uma grande favela, onde suas filhas Malia e Sasha jogaram futebol com jovens moradores, seguido de um discurso ao “povo brasileiro” em um teatro histórico – foram uma clara tentativa de explorar o apelo único de Obama ao pesadamente miscigenado público brasileiro.

O Times notou, entretanto, que o discurso de Obama no Teatro Municipal do Rio teve na plateia uma “maioria de VIPs brancos”, “enquanto os brasileiros médios, incluindo ativistas negros, ficaram nos balcões”.

CNN: Obama encanta o Brasil

A rede de TV CNN destacou o encantamento de populares e analistas brasileiros com a visita de Obama à Cidade de Deus. Apesar de notar algumas críticas – como a da ex-candidata à Presidência Marina Silva, que lamentou o fato de Obama não ter mencionado as mudanças climáticas – a emissora mostrou que a imensa maioria dos moradores da favela estavam maravilhados com a presença de um presidente negro. E o famoso “Obama, cadê você? Estou aqui só pra ter ver” virou “Obama, where are you, I am here just to see you”

“[Obama foi] saudado por moradores da favela que aplaudiram a chegada da primeira família. As crianças da Cidade de Deus olhavam com curiosidade uma rara e memorável cena que ocorria, já que a maior parte dos brasileiros raramente vê negros em posições de poder”.

Post nota desarmonia de discursos entre EUA e Brasil

O Washington Post destacou que Obama visitou o Brasil com “a Líbia na cabeça” e listou os diversos interesses das empresas americanas no país, como as obras de infraestrutura para a Copa do Mundo e as Olimpíadas e o petróleo do pré-sal. O Post, entretanto, notou que há desavenças sérias entre Washington e Brasília:

Há desarmonia em vários assuntos importantes. Rousseff, em comentários públicos, gentilmente criticou os Estados Unidos por suas políticas protecionistas. E Obama não endossou o Brasil para uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, uma iniciativa importante da diplomacia brasileira

WSJ mostra interesses econômicos por trás da viagem

Na reportagem “Obama faz malabarismo com a diplomacia brasileira em meio a ataques aéreos na Líbia” o The Wall Street Journal fala da situação “surreal” de Obama visitar a América Latina em meio ao ataque à Líbia e tenta explicar as razões disso. A primeira, diz o jornal, é que o cancelamento iria contribuir para a imagem de que a região tem importância reduzida para os EUA. A segunda é mais importante:

Além disso, a viagem serve para a agenda política doméstica da Casa Branca. Membros do governo forçaram na mídia a idéia de que Obama foi para o Brasil para focar as exportações americanas, o que leva [à criação] de empregos para americanos – a maior prioridade dos eleitores. A viagem também marca a convicção de interesses econômicos de longo prazo estão em jogo em uma região na qual o Brasil tem a sétima maior economia do mundo e é uma voz com crescente importância em assuntos-chave da economia, como a guerra cambial internacional.

José Antonio Lima - Do Época