BRASÍLIA — Os presidentes dos Estados Unidos e do Brasil, Barack Obama e Dilma Rousseff, comprometeram-se neste sábado a aprofundar as relações entre seus dois países e a anfitriã pediu a ampliação do Conselho de Segurança da ONU, o qual o país pretende integrar.
Obama e Dilma deram uma declaração à imprensa depois de seu encontro no palácio presidencial, no qual o americano advertiu o regime de Muamar Kadhafi que a coalizão encabeçada pela Otan "está pronta para atuar (na Líbia) com urgência" caso não cessem as operações militares contra rebeldes.
As declarações de Obama ocorreram em momentos em que aviões franceses efetuaram disparos para deter a ofensiva contra os rebeldes em Benghazi, a leste da Líbia.
Obama destacou que o Brasil, como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU, "uniu-se aos Estados Unidos na condenação aos abusos dos direitos humanos na Líbia".
No entanto, o Brasil, que é membro temporário do Conselho de Segurança da ONU e atualmente preside suas sessões, absteve-se na quinta-feira da votação da resolução impulsionada por Washington, Paris e Londres, que autorizou o uso da força na Líbia.
Dilma aproveitou a visita de Obama a seu país para reiterar a principal reivindicação brasileira no plano internacional: integrar um Conselho de Segurança da ONU ampliado.
"Defendemos uma reforma fundamental no desenho da governança global, e a ampliação do Conselho de Segurança da ONU", com a "segurança de que um mundo multilateral produzirá benefícios para a paz dos povos", disse Dilma a Obama, que evitou expressar apoio explícito ao Brasil, como fez com a Índia.
Obama limitou-se a indicar que "Estados Unidos continuará trabalhando com o Brasil e outras nações em reformas que façam o Conselho de Segurança (um órgão) mais efetivo, mais eficiente e mais representativo".
A presidente brasileira expressou sua "preocupação" com a "lentidão das reformas institucionais multilaterais que ainda refletem um mundo antigo".
"Foi preciso uma grave crise econômica para remover o conservadorismo que norteava a reforma das instituições financeiras. No caso da reforma da ONU, temos a oportunidade de nos antecipar", disse.
Fonte:(AFP)