quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Palestra da Semana Global do Empreendedorismo aborda como atrair venture capital




Para dono da Monashees Capital, o melhor caminho para chegar a esse tipo de capital é por meio de uma referência ou networking

O Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) realizou hoje, dia 17 de novembro, a palestra “Empreendedorismo e Venture Capital no Brasil”, como parte da Semana Global de Empreendedorismo, movimento que acontece simultaneamente em 102 países e no Brasil inteiro e reúne, até 21 de novembro, eventos para discutir e incentivar a cultura empreendedora no mundo.

A palestra foi ministrada por Carlo Dapuzzo, sócio da Monashees Capital, empresa que investe em start-ups dos setores de educação e internet, como o site de compras coletivas Peixe Urbano. De acordo com Dapuzzo, o empreendedorismo está decolando no Brasil, o que abre portas para que empresários busquem cada vez mais essa alternativa para levantar capital para seus negócios. “É um 'smart money' e também um investimento estratégico, que ajuda na governança da empresa”, explica.

O venture capital é um sistema de investimento que possibilitou o crescimento de empresas como o Google. Nele, os investidores compram uma participação na empresa. Junto com o capital, a empresa de venture capital investe também o conhecimento de business e o networking dos investidores.

A ideia pode ser bastante atrativa, uma vez que buscar crédito em bancos é uma alternativa por vezes trabalhosa e cara para pequenas empresas. Ainda assim, Dapuzzo faz uma ressalva: “Venture capital não é para todos. Queremos empreendedores de alto impacto”. Isso quer dizer que o principal objetivo é fazer com que a empresa cresça exponencialmente, em um tempo relativamente curto. “Não estamos interessados em pequenas empresas, queremos grandes empresas que ainda são pequenas”, explica.

Dapuzzo classifica investidores de venture capital como empreendedores por trás dos empreendedores. A principal missão de um empreendedor dessa natureza é antecipar as tendências do mercado, buscando sempre negócios que tragam inovações em seus processos e na tecnologia, e que tenham um mercado grande, com potencial de mais de R$ 500 milhões de faturamento por ano. Além disso, outros fatores importantes para que uma start-up seja escolhida para receber venture capital é estar funcionando e ter planos concretos de crescimento. “Há um mito que venture capital investe em boas ideias, mas boas ideias todos têm. Empreendedor de alto impacto faz acontecer. Queremos um protótipo funcionando”, diz.

Na opinião de Dapuzzo, para chegar a uma empresa de venture capital, o melhor caminho é por meio de uma referência ou networking. As empresas que a Monashees Capital escolhe para investir são o que ele chama de "menina mais bonita da festa", empresas mapeadas e encontradas por eles. “O que temos de mais valioso é tempo. Precisamos de referência. Os caras bons são aqueles de quem nós vamos atrás. E não o desesperado que está nos procurando”, explica.

Em um sistema de venture capital, a injeção de capital é feita em etapas. Essa medida é adotada para que o capital não seja diluído. “Se a empresa começa a patinar no meio do processo, nós a abandonamos”, alerta Dapuzzo.

Algumas das tendências citadas pelo empresário no setor da educação são as empresas de tecnologia de finanças e de games on-line e, no setor da educação, plataformas que tragam conhecimento para ajudar jovens a tomar decisões, além de empresas que desenvolvam produtos educativos para iPads ou aparelhos touchscreen. “A educação é um setor que está intocado por tecnologia”, finaliza.


Por Camila Hungria