Dizer com clareza o que se pensa e o que se sente é a chave para se relacionar melhor no mundo
Perus são inimigos dos gambás porque estes matam seus filhotes para comer. Uma perua ataca um gambá sem piedade para defender sua prole e, em geral, consegue colocar o malcheiroso para correr. Se colocarmos um gambá de brinquedo, feito de pano, perto de uma perua, ela o destruirá em minutos.
Uma das experiências mais curiosas sobre o comportamento dos animais foi feita com um gambá e com uma perua e seus filhotes. Um biólogo amarrou um pequeno gravador no peito de um gambá, emitindo os piados de um filhote de peru, e o deixou perto de uma família dessas aves, cuja mãe, como sempre, estava zelosa e atenta a qualquer perigo. Entretanto ela não atacou o gambá, que continuava parecendo um gambá, caminhando como um gambá e, principalmente, cheirando como um gambá. Só que piava como um peruzinho. Foi o suficiente para ser aceito como tal.
Esse é apenas um dos muitos exemplos da força da comunicação. Na outra mão, provavelmente um peru que imitasse o ruído de um gambá seria imediatamente repelido pelo grupo. Em resumo, você quer se dar bem com um peru? Pie como ele. Deseja se relacionar bem com um humano? Faça com que ele o entenda. Comunique-se. Quem se comunica costuma obter o que deseja. E quem não se comunica se trumbica.
Comunicação e evolução
Poderíamos dizer que, com a evolução, o ser humano aumentou sua capacidade de se comunicar. Que evoluiu da comunicação oral para a comunicação escrita, desenvolveu tecnologias, inventou o correio, o telégrafo, o telefone e hoje não sabe mais viver sem o e-mail e o celular. Só que o que ocorreu não foi isso. Evoluímos porque melhoramos nossa capacidade de comunicação e não o contrário. A comunicação foi o atributo que permitiu a evolução de nossa espécie, com o surgimento da sociedade humana.
Pensamento e comunicação estão ligados desde sempre. Precisamos pensar para falar e, ao falarmos, melhoramos nossa capacidade de pensar, porque o esforço pedagógico para que nosso interlocutor nos entenda melhora nosso próprio entendimento. Aliás, esse é o princípio da terapia. O psicólogo estimula o paciente a falar, organizando pensamentos e sentimentos. Na aparência, o paciente fala com seu terapeuta; na prática, fala com ele mesmo. E é dessa autocomunicação, estimulada e mediada por um estranho, que a pessoa retira seu autoconhecimento. E, deste, vem o desenvolvimento pessoal.
O erro mais comum que se comete é imaginar que podemos comunicar uma idéia com perfeição apenas usando as palavras adequadas. É claro que as palavras certas são imprescindíveis, mas não podemos esquecer que palavras não têm vida própria – precisam, para viver, da qualidade da voz que as pronuncia.
Pensamento e comunicação estão ligados desde sempre. Precisamos pensar para falar e, ao falarmos, melhoramos nossa capacidade de pensar, porque o esforço pedagógico para que nosso interlocutor nos entenda melhora nosso próprio entendimento. Aliás, esse é o princípio da terapia. O psicólogo estimula o paciente a falar, organizando pensamentos e sentimentos. Na aparência, o paciente fala com seu terapeuta; na prática, fala com ele mesmo. E é dessa autocomunicação, estimulada e mediada por um estranho, que a pessoa retira seu autoconhecimento. E, deste, vem o desenvolvimento pessoal.
O erro mais comum que se comete é imaginar que podemos comunicar uma idéia com perfeição apenas usando as palavras adequadas. É claro que as palavras certas são imprescindíveis, mas não podemos esquecer que palavras não têm vida própria – precisam, para viver, da qualidade da voz que as pronuncia.