Segundo Armando Monteiro Neto, o Brasil está diante de muitas oportunidades.
O período mais dramático da crise ficou no passado e podemos voltar a crescer a uma taxa média anual de 6% nos próximos anos. As descobertas de petróleo e gás natural na camada do pré-sal, a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e as Olimpíadas em 2016 estimulam, de forma inédita, os investimentos na infraestrutura do país.
Mas o cenário externo é desafiador. As economias desenvolvidas voltam-se para novos setores e tecnologias, com ênfase na sustentabilidade. A transição para uma economia de baixo carbono mudará a face do século 21, como o avanço das comunicações mudou o século 20, consagrando as relações globais.
Estados Unidos, Japão, Inglaterra, entre outros, lideram esforços extraordinários em busca de novas fontes de energia e de processos produtivos menos intensivos em carbono.
Mas o cenário externo é desafiador. As economias desenvolvidas voltam-se para novos setores e tecnologias, com ênfase na sustentabilidade. A transição para uma economia de baixo carbono mudará a face do século 21, como o avanço das comunicações mudou o século 20, consagrando as relações globais.
Estados Unidos, Japão, Inglaterra, entre outros, lideram esforços extraordinários em busca de novas fontes de energia e de processos produtivos menos intensivos em carbono.
Há uma revolução industrial em gestação. Esse é um tema que impactará nossa estratégia empresarial.
Há chances imensas para o Brasil. Temos energia limpa e rica biodiversidade.
Há chances imensas para o Brasil. Temos energia limpa e rica biodiversidade.
Mas nos defrontamos ainda com problemas estruturais não plenamente resolvidos.
A política industrial no pós-crise deverá ser capaz de enfrentar essa nova e complexa agenda. Nela, a inovação é tema central. O futuro do nosso parque produtivo e o futuro do país dependem de transformarmos a inovação em estratégia. Por isso, a CNI deu início à Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI).
Esse é o cenário que deverá forjar o programa de governo dos candidatos à Presidência da República no pleito de 2010. E os industriais não se furtarão ao diálogo construtivo com as diferentes correntes ideológicas. Mas para dar o salto qualitativo necessário é preciso criar ambiente institucional voltado para uma economia de alto investimento.
O tempo político tem que se ajustar, com mais velocidade, às pressões do tempo econômico.
Esse é o cenário que deverá forjar o programa de governo dos candidatos à Presidência da República no pleito de 2010. E os industriais não se furtarão ao diálogo construtivo com as diferentes correntes ideológicas. Mas para dar o salto qualitativo necessário é preciso criar ambiente institucional voltado para uma economia de alto investimento.
O tempo político tem que se ajustar, com mais velocidade, às pressões do tempo econômico.
É fundamental que o Executivo e o Congresso Nacional respondam ao desafio da melhoria das condições de competitividade da economia brasileira. Devemos atacar o ambiente hostil que cerca as empresas, em especial as pequenas e médias. Há questões estruturais a enfrentar, entre essas, o nosso passivo com a educação. A qualidade do capital humano é primordial para a indústria competitiva.
Sabemos também que o país investe pouco. Elevar a taxa de investimento — pública e privada — deve ser a principal prioridade ainda deste governo, o que requer o controle e um olhar sobre as fontes de expansão dos gastos correntes, a eficiência do Estado e a Previdência. É possível, em curto prazo, construir pontes em direção a um modelo mais voltado para o investimento, o que pressupõe sua desoneração e a aprovação de marcos regulatórios eficientes, bem como o fortalecimento da qualidade e independência dos órgãos de regulação. Em suma, devemos mudar o eixo da recuperação via consumo para o modelo investidor.
Estamos indo nessa direção? A decisão do reajuste dos aposentados reforça o modelo de consumo. Os modelos da exploração do pré-sal são pouco amigáveis ao capital privado: há excessiva centralização na Petrobras. A evolução dos gastos é processo inibidor da ousadia necessária em direção a mudanças estruturais.
Temos ainda que enfrentar o custo Brasil. A ausência de avanços no sistema tributário nos força a fazer uma política industrial compensatória da velha geração. Gastamos muito tempo na superação de disfunções e pouco nas escolhas estratégicas. Precisamos melhorar a competitividade de nossos produtos por meio da desoneração tributária efetiva das exportações, em que sobressai a acumulação de créditos de impostos federais e estaduais. A valorização do real, que agrava o problema, exige mais celeridade na busca da competitividade.
Necessitamos modernizar o sistema de relações de trabalho e avançar na adequação das instituições financeiras, bem como no aprimoramento do papel de financiadoras do setor produtivo. Há também que se avançar na agenda microeconômica de redução do custo do capital e do spread bancário. Podemos remover tais entraves ainda neste governo.
O país precisa ter claro que o seu parque industrial é ativo essencial para o crescimento sustentável. A indústria é a principal fonte do progresso técnico, da inovação e da produtividade. É responsável pela difusão de avanços tecnológicos que influenciam positivamente os diferentes setores da economia, e contribui, de forma significativa, para a geração de empregos e divisas. Essa é a agenda do futuro que norteará os debates no IV Encontro Nacional da Indústria (ENAI), que a CNI realiza, nesta semana, em Brasília. Vamos refletir sobre o país que queremos ser, a estrutura produtiva que precisamos construir e as políticas que devemos implementar.
Sabemos também que o país investe pouco. Elevar a taxa de investimento — pública e privada — deve ser a principal prioridade ainda deste governo, o que requer o controle e um olhar sobre as fontes de expansão dos gastos correntes, a eficiência do Estado e a Previdência. É possível, em curto prazo, construir pontes em direção a um modelo mais voltado para o investimento, o que pressupõe sua desoneração e a aprovação de marcos regulatórios eficientes, bem como o fortalecimento da qualidade e independência dos órgãos de regulação. Em suma, devemos mudar o eixo da recuperação via consumo para o modelo investidor.
Estamos indo nessa direção? A decisão do reajuste dos aposentados reforça o modelo de consumo. Os modelos da exploração do pré-sal são pouco amigáveis ao capital privado: há excessiva centralização na Petrobras. A evolução dos gastos é processo inibidor da ousadia necessária em direção a mudanças estruturais.
Temos ainda que enfrentar o custo Brasil. A ausência de avanços no sistema tributário nos força a fazer uma política industrial compensatória da velha geração. Gastamos muito tempo na superação de disfunções e pouco nas escolhas estratégicas. Precisamos melhorar a competitividade de nossos produtos por meio da desoneração tributária efetiva das exportações, em que sobressai a acumulação de créditos de impostos federais e estaduais. A valorização do real, que agrava o problema, exige mais celeridade na busca da competitividade.
Necessitamos modernizar o sistema de relações de trabalho e avançar na adequação das instituições financeiras, bem como no aprimoramento do papel de financiadoras do setor produtivo. Há também que se avançar na agenda microeconômica de redução do custo do capital e do spread bancário. Podemos remover tais entraves ainda neste governo.
O país precisa ter claro que o seu parque industrial é ativo essencial para o crescimento sustentável. A indústria é a principal fonte do progresso técnico, da inovação e da produtividade. É responsável pela difusão de avanços tecnológicos que influenciam positivamente os diferentes setores da economia, e contribui, de forma significativa, para a geração de empregos e divisas. Essa é a agenda do futuro que norteará os debates no IV Encontro Nacional da Indústria (ENAI), que a CNI realiza, nesta semana, em Brasília. Vamos refletir sobre o país que queremos ser, a estrutura produtiva que precisamos construir e as políticas que devemos implementar.
Armando Monteiro Neto