sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Crambe


Planta rústica, com boa tolerância a variações climáticas, baixo custo e rápido ciclo de produção, é considerada excelente fonte de óleo vegetal para geração de biodiesel


No início das pesquisas, durante os anos 90, eram analisadas as vantagens da planta como forrageira para a rotação de culturas e cobertura de solos no inverno. Porém, mais que uma opção para a safrinha na região dos cerrados, seu uso mostrou um potencial muito maior quando então foi descoberta a boa capacidade de produção de óleo vegetal de suas sementes. O grão, ainda pouco conhecido por aqui, é mais uma matéria-prima para a geração de biodiesel, uma das grandes apostas do governo federal na oferta futura de combustíveis renováveis.
À frente dos estudos de pouco mais de uma década sobre o crambe (Crambe abyssinica Hochst), a Fundação MS detém os direitos de comercialização das sementes da cultivar FMS Brilhante. Segundo a instituição, o plantio apresenta produtividade que pode variar de 1.000 a 1.500 quilos por hectare e, do grão, o óleo corresponde de 36% a 38%.
Originário da Etiópia, país africano de clima quente e seco, e domesticado na Europa, na região do Mediterrâneo, o crambe pertence à família das crucíferas, a mesma da colza e da canola. Como tem um ciclo médio de 90 dias, é indicado como excelente alternativa para a safrinha, em especial para produtores de soja e de milho, no sistema de rotação de culturas.
A produção rápida, a rusticidade da cultura, a fácil adaptação do plantio e o custo baixo da atividade, que não exige novas máquinas e equipamentos e tem método simples de extração de óleo por meio de prensa ou extrusora, também são características adequadas para a agricultura familiar, segmento econômico visto como importante produtor de oleaginosas para a produção de biodiesel. O óleo ainda é insumo para a indústria química fabricar polímeros, lubrificantes e plásticos. Embora tóxico para suínos e aves, o farelo é rico em nutrientes e pode ser adicionado na alimentação de bovinos, até 5% da ração do gado com segurança.

Por João Mathias