O döner kebab é assado em espeto giratório, como o churrasquinho gregoKebab, souvlaki, kabob, kabab e michuí são nomes diferentes para um mesmo prato: carne grelhada, normalmente cortada em cubos. O primeiro é usado na Turquia, o segundo, na Grécia, o terceiro e quarto, no Irã, e o último, no Líbano. Muda o país, muda o tempero, mas o espírito do prato permanece o mesmo. A carne é colocada no espeto e cozida na horizontal ou na vertical. Este é o shish kebab da Turquia. Se é grelhada no espeto vertical giratório, o mesmo equipamento usado para fazer churrasquinho grego no Brasil, leva o nome turco de döner kebab, shawarma para os árabes ou gyrus na Grécia. Daí o nome do churrasquinho popular e de baixo custo, ainda que a carne, os temperos e os acompanhamentos sejam completamente distintos daqueles usados na Grécia. Ao contrário do que se pensa, portanto, kebab não é sinônimo de sanduíche. Ele é, na verdade, seu recheio. E pode vir dentro do pão, sobre o pão, sozinho, com legumes, couscous, arroz com aletria, pastas... "O kebab se popularizou na Europa, onde ficou conhecido como sanduíche. Foi levado para a Alemanha pelos imigrantes turcos depois da Segunda Guerra", diz Rodrigo Libbos, chef do Kebab Salonu, de São Paulo. Ele explica que os brasileiros normalmente visitam a Europa, e não o Oriente Médio. Por isso cometem o mesmo erro dos europeus ao nomear o prato. "A diferença da Europa para a Turquia é que lá pegou o kebab enrolado, que é o sanduíche. No Oriente Médio, monta-se a carne em cima do pão, ou no prato, com outros acompanhamentos", afirma.
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Com as mãosÉ comum comer com as mãos nos países árabes, por isso a carne é cortada em cubinhos. A pessoa parte o pão e o usa para pegar a carne. Depois, molha tudo em alguma pasta ou molho, normalmente à base de tahine (pasta de gergelim), coalhada ou tomate. "Os pratos são feitos para se pegar com pão. Por isso ele é fininho", afirma Libbos. A história do kebab é mais antiga que os costumes atuais. O chef conta que, durante o Império Turco-Otomano, que teve o seu auge no século XVII, os soldados em guerra não possuíam aparatos de cozinha nos campos de batalha. Assim, abatiam algum animal, cortavam a carne em cubos e a espetavam na espada. Depois, levavam ao fogo para grelhar. Assim nasceu o prato.