Em maio de 2004, Evani dos Santos, sua filha Ana Paula e seu genro Paulo França montaram um pequeno atelier de patchwork em Atibaia, no interior de São Paulo. Eles nem imaginavam que dois meses depois já exportariam o primeiro lote de bolsas. “Embarcamos 1.000 peças para o México”, relembra França, que contou a trajetória da sua empresa nesta quinta-feira (22) durante o Encomex 2009 (Encontro de Comércio Exterior), em São Paulo. O empreendedor conta que filiou-se à Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) logo após fundar a empresa e foi chamado para participar de uma rodada de negócios com potenciais clientes mexicanos. “Ali apresentamos nosso produto e fechamos o primeiro pedido para a rede de lojas El Palacio del Hierro.” França conta que a exportação repentina serviu para refazer a estratégia de vendas. “Percebemos que nossos clientes deveriam ser outras empresas, lojas, e não o consumidor final.” O produto fabricado pela 1001 Retalhos é artesanal e tem a proposta de ser totalmente brasileiro. Por isso, toda a matéria-prima usada na confecção das bolsas é nacional. Além disso, o design das peças remete à natureza brasileira. Na coleção Árvores, por exemplo, as bolsas têm estampas de árvores nacionais, como o Pau Brasil. E quem compra ainda ganha sementes para plantar, se quiser.
Hoje, a empresa emprega 20 funcionários em sua fábrica, instalada em um galpão de 500 m2, e ainda trabalha esporadicamente com outras 30 costureiras da região. Das 700 bolsas fabricadas mensalmente, 20% têm como destino outros países, entre eles Japão, Estados Unidos, Grécia, Portugal e Espanha. Para ganhar novos mercados, a 1001 Retalhos participa de diversas feiras no exterior, mas o retorno demora a aparecer. “Neste mês participamos de uma feira de acessórios de moda em Nova York. Fechamos cinco pedidos lá e eles não cobriram os custos da viagem. Isso é normal. As primeiras feiras nem sempre dão lucro. É preciso pensar a médio e longo prazo”, alerta França. Dentro de poucos dias, algumas bolsas da 1001 Retalhos estarão expostas na loja do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York). “Foi um pedido pequeno para ver a aceitação do mercado. Para a empresa é ótimo. Tenho certeza que em breve teremos mais pedidos vindos dos Estados Unidos”, comemora o empresário.
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