O corpo musculoso das mulheres que malham parece representar uma nova estética feminina, que desafia os homens em seu próprio terreno. Mas essas mulheres saradas são realmente bonitas?
A resposta a essa pergunta tem variado através dos séculos, das culturas e da geografia. Nossos ancestrais, que habitavam as cavernas da Europa há 50 mil anos, esculpiram deusas da fertilidade com seios, coxas e barrigas proeminentes. Podemos admitir que era esse seu ideal de beleza. Para o povo pagund, do norte da Tailândia, seios caídos e longos pescoços deformados pela colocação de anéis de metal são o que há de mais bonito. Nos parece estranho, mas assim é entre eles. No Brasil do século XXI, celeiro mundial de modelos claras e delgadas, existe uma acentuada predileção popular por mulheres carnudas e morenas, com curvas bem demarcadas.
Portanto, o que é uma mulher bonita?
A empresária carioca Marcella Techeh tem sua própria resposta para essa questão. Ela tem 33 anos, dois filhos e um corpo esculpido em pedra por sessões diárias de musculação. Marcella é uma mulher forte, sarada, malhada mesmo, embora não tenha uma aparência pesada. Seus músculos sobressaem no abdome, nos braços e nas coxas. Sua preocupação principal é evitar a flacidez. Um de seus grandes prazeres é olhar-se no espelho. Mas essa satisfação consigo mesma, totalmente narcisista e corriqueira, embute uma rebeldia. Embora atraente, Marcella não se enquadra no padrão de beleza que domina a estética ocidental desde o início do século XX e que provocou, em seu nascimento, um comentário azedo do escritor francês Émile Zola: “A ideia da beleza varia. Ela agora reside na esterilidade das mulheres alongadas, donas de flancos pequenos”. Marcella, assim como milhares de outras que se exercitam com intensidade e que se orgulham de seus músculos, não é uma mulher “alongada de flancos pequenos”. Ela é robusta, vigorosa, rija. Nada tem em comum com a criatura frágil descrita pelos médicos do século XVIII, segundo os quais a mulher teria “ossos pequenos, com carnes moles e esponjosas, e seria animada por um caráter débil”. As mulheres fortes como Marcella explodiram essa definição. Elas representam a materialização de uma nova estética que vai emergindo das academias e das pistas esportivas – e que representa, a seu modo, uma tremenda mudança de valores.
A resposta a essa pergunta tem variado através dos séculos, das culturas e da geografia. Nossos ancestrais, que habitavam as cavernas da Europa há 50 mil anos, esculpiram deusas da fertilidade com seios, coxas e barrigas proeminentes. Podemos admitir que era esse seu ideal de beleza. Para o povo pagund, do norte da Tailândia, seios caídos e longos pescoços deformados pela colocação de anéis de metal são o que há de mais bonito. Nos parece estranho, mas assim é entre eles. No Brasil do século XXI, celeiro mundial de modelos claras e delgadas, existe uma acentuada predileção popular por mulheres carnudas e morenas, com curvas bem demarcadas.
Portanto, o que é uma mulher bonita?
A empresária carioca Marcella Techeh tem sua própria resposta para essa questão. Ela tem 33 anos, dois filhos e um corpo esculpido em pedra por sessões diárias de musculação. Marcella é uma mulher forte, sarada, malhada mesmo, embora não tenha uma aparência pesada. Seus músculos sobressaem no abdome, nos braços e nas coxas. Sua preocupação principal é evitar a flacidez. Um de seus grandes prazeres é olhar-se no espelho. Mas essa satisfação consigo mesma, totalmente narcisista e corriqueira, embute uma rebeldia. Embora atraente, Marcella não se enquadra no padrão de beleza que domina a estética ocidental desde o início do século XX e que provocou, em seu nascimento, um comentário azedo do escritor francês Émile Zola: “A ideia da beleza varia. Ela agora reside na esterilidade das mulheres alongadas, donas de flancos pequenos”. Marcella, assim como milhares de outras que se exercitam com intensidade e que se orgulham de seus músculos, não é uma mulher “alongada de flancos pequenos”. Ela é robusta, vigorosa, rija. Nada tem em comum com a criatura frágil descrita pelos médicos do século XVIII, segundo os quais a mulher teria “ossos pequenos, com carnes moles e esponjosas, e seria animada por um caráter débil”. As mulheres fortes como Marcella explodiram essa definição. Elas representam a materialização de uma nova estética que vai emergindo das academias e das pistas esportivas – e que representa, a seu modo, uma tremenda mudança de valores.
Ivan Martins, Nelito Fernandes e Fernanda Colavitti. Com Eliseu Barreira e Leopoldo Mateus