segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A arte de empreender, segundo Beto Sicupira

O empresário Carlos Alberto Sicupira, um dos controladores da Anheuser-Busch InBev e presidente do conselho da Lojas Americanas, conversa com Época NEGÓCIOS sobre o tema de sua vida:
como construir novos e bem-sucedidos negócios
Um administrador de empresas paulista, do ramo varejista, espera uma mesa na pizzaria Capricciosa, em Ipanema. Conversa vai, conversa vem, percebe que, a uns poucos passos de distância, está o presidente do conselho de administração da Lojas Americanas. O senso de oportunidade dissolve a inibição e provoca um constrangido “Com licença, você não é o Beto Sicupira?”. Era. Carlos Alberto da Veiga Sicupira, Beto para os íntimos e os abusados, estava ali dando sopa, aguardando lugar num restaurante carioca como qualquer mortal, e disponível para uma abordagem com interesses profissionais. Por coincidência, o tal administrador havia enviado seu currículo para a Americanas poucos dias antes – mas considerou que reforçar o pedido de emprego direto na fonte não lhe faria mal. Sicupira foi cortês, mas não forneceu seus contatos. Em vez disso, pediu um endereço eletrônico e prometeu escrever. “Sei...”, pensou o incrédulo paulista, depois de se despedir.
No dia seguinte, logo cedo, o e-mail estava lá: “Aguardo seu currículo.
Abraço, Beto Sicupira”.
O episódio ocorrido, reforça a mística de informalidade, interesse incansável por pessoas e apreço pela ousadia que é marca registrada de Sicupira e de seus sócios de uma vida inteira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles.
Juntos, os três fizeram do Banco Garantia um ícone das finanças brasileiras, metamorfosearam a Brahma em AmBev, InBev e Anheuser-Busch InBev, deram origem à GP Investimentos e transformaram a Lojas Americanas numa potência do varejo que seduz administradores ambiciosos. Os três constam da lista dos brasileiros mais ricos, com fortunas pessoais na casa dos bilhões.
A trinca, como um todo, é entusiasta do empreendedorismo, mas Sicupira, em particular, tem um envolvimento estreito com o apoio a empresários brasileiros em começo de carreira. Foi ele quem trouxe para o Brasil, no ano 2000, o Instituto Empreender Endeavor, entidade sem fins lucrativos que promove o empreendedorismo em países em desenvolvimento.
Por Alexandre Teixeira