sábado, 15 de março de 2014

Exame de sangue pode evitar enfarte


 
Células chamadas endoteliais se encontram em maiores quantidades no sangue de pacientes à beira de um infarto, conclui estudo
 
Cientistas do Scripps Translational Science Institute (STSI) – um instituto de pesquisas localizado na Califórnia, nos Estados Unidos – apresentaram um novo exame de sangue que pode ajudar os médicos a prever o risco de infarto em pacientes. O estudo, publicado na edição desta semana da revista Science Translational Medicine, concluiu que determinado tipo de células pode funcionar como um possível biomarcador da doença. Só no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, são 320.000 mortes por problemas cardiovasculares por ano. A pesquisa envolveu 50 pacientes que, prestes a sofrer ataque cardíaco, procuraram ajuda em quatro prontos-socorros da cidade de San Diego (Califórnia). Usando diferentes sistemas de isolamento de células, os cientistas descobriram que a quantidade e a estrutura das células conhecidas como endoteliais (célula achatada que recobre a face interna dos vasos sanguíneos e o coração) estavam dramaticamente alteradas em pessoas com infarto, quando comparadas com grupos de pessoas saudáveis. Ou seja, testar o sangue de pessoas propensas a ter este tipo de ataque poderia ajudar a prever quais pacientes realmente vão sofrê-lo.
O infarto é um evento súbito em que ocorre uma repentina privação de oxigênio no tecido cardíaco, causada pela obstrução de artérias. O grande segredo para evitar as sequelas de um ataque como este é a abertura precoce da artéria obstruída, a fim de restabelecer o fluxo de oxigênio no órgão – sem oxigênio, as células de parte ou de todo o coração morrem. Por isso é tão importante prever o risco de infarto: quanto mais rápido essa abertura arterial for realizada, menor será o dano ao paciente, sendo também menor o risco de morte.
"A habilidade em diagnosticar um ataque cardíaco iminente é uma importante descoberta, que pode ajudar a mudar o futuro da medicina cardiovascular", afirma Dr. Eric Topol, coordenador do estudo.