Uma disputa entre facções da família de Nelson Mandela sobre onde deve ser o túmulo da família irá a julgamento nesta sexta-feira quando sua filha mais velha e mais de uma dúzia de familiares solicitaram uma liminar contra o neto de Mandela, Mandla.
A rádio estatal SABC disse que um tribunal em Mthatha ordenou que Mandla devolva os restos mortais de três filhos de Mandela da aldeia de Mvezo, onde o ícone anti-apartheid nasceu e onde Mandla é agora um influente chefe de tribo, para Qunu, vilarejo a 20 quilômetros de distância de onde Mandela, que está com 94 anos e em condições críticas no hospital, passou a maior parte de sua infância.
Os três corpos foram levados do cemitério da família de Mandela em Qunu há dois anos e reenterrados em Mvezo, onde Mandla, 39, construiu um memorial que muitos interpretaram como uma intenção de assegurar que Mandela seja enterrado lá.
A mídia local informou que a exumação ocorreu a mando de Mandla --oficialmente o patriarca do clã depois da morte de seu pai, Makgatho, em 2005-- e sem o consentimento dos outros membros da família, incluindo Makaziwe, a filha mais velha de Mandela, que quer que o pai seja enterrado em Qunu.
Mandela nunca deu instruções detalhadas sobre seu funeral, mas ele manifestou o desejo geral para ser sepultado em Qunu, a 700 quilômetros de Johannesburgo, publicaram os jornais Mail e Guardian nesta sexta-feira.
O advogado Wesley Hayes, que representa Makaziwe e outros 15 parentes, confirmou à Reuters que os documentos foram arquivados em um tribunal regional de Mthatha contra Mandla mas se recusou a divulgar detalhes "por causa da sensibilidade do caso".
O tribunal não estava disponível para dar detalhes do caso.
Entretanto, uma fonte legal que se recusou a ser identificada disse que um delegado esteve na casa de Mandla e fixou uma ordem judicial ordenando as exumações depois de não conseguir acesso. O porta-voz de Mandla, Freddy Pilusa, negou que a ordem foi recebida.
"Ele não recebeu nenhum documento e não está em uma posição para oferecer qualquer comentário", disse Pilusa à Reuters.
- Reportagem adicional de Jon Herskovitz