Durante a posse dos novos ministros da Agricultura (Antonio Andrade), da Aviação Civil (Moreira Franco) e do Trabalho (Manoel Dias), a presidente Dilma Rousseff cobrou “lealdade” do governador Eduardo Campos, embora sem citar-lhe o nome.
“Algumas pessoas acreditam que a coalização (governista) é algo incorreto do ponto de vista político. (Mas) estamos assistindo em algumas lugares do mundo um processo de deterioração da governabilidade justamente pela incapacidade de construirmos coalizões”, disse a presidente, justificando o rateio de ministérios com os partidos da coalizão governista.
Teria sido uma resposta ao governador Eduardo Campos, que em São Paulo, na véspera, disse num jantar com empresários que a base da aliança que sustenta o governo (PT+PMDB) já deu o que tinha de dar e não tem mais condições políticas de fazer o Brasil avançar.
Depois, como se já estivesse convencida de que o governador de Pernambuco será candidato a presidente contra ela, Dilma Rousseff disparou:
“Governar, necessariamente, é escolher entre várias alternativas, por isso aprendi muito sobre o valor da lealdade entre aqueles que desenvolvem com a gente a tarefa de governar. Não acredito que este país possa ser dirigido sem essa visão de compartilhamento e de coalizão”.
Por último, a presidente declarou-se grata às pessoas “que compartilharam este processo comigo e que agora se separam de nós, do governo, mas não se separam do projeto nem da trajetória de grupo”.