Quando pensamos em fotografia, uma das primeiras imagens que vem a nossa mente é a das caixinhas amarelas de filmes da Kodak. Mas quando foi a última vez que abrimos as embalagens e colocamos os rolos de filme em uma máquina analógica?
Com 113 anos de existência, a Estman Kodak Co. foi uma das maiores referências em fotografia. Sua linha de filmes Kodachrome (que virou até título de música do Paul Simon) foi usada por grandes fotógrafos, como Steve McCurry, famoso, entre outros trabalhos, pela imagem que fez de uma jovem afegã). Com o surgimento das máquinas digitais, a empresa foi perdendo importância. Migrou para o ramo de impressoras comerciais e pessoais, mas os resultados não foram suficientes para bancar as obrigações da empresa, que incluem aposentadorias milionárias. Agora, a Kodak pode pedir falência em fevereiro, segundo informações do Wall Street Journal: A empresa está colocando em prática os últimos esforços para vender algumas patentes de seu portfólio. Mas preparativos estão sendo feitos caso a falência seja inevitável, incluindo um pedido de empréstimo de US& 1 bilhão ao banco.
A falência seria o capítulo derradeiro de uma história de pioneirismo e inovação? Criada em 1888, a empresa atraía talentos da engenharia de todos os pontos do país para seu escritório em Rochester, Nova York. Foi responsável pela criação da máquina digital, em 1975, mas não conseguiu lucrar com sua descoberta. Os problemas da companhia começaram na década de 1980, quando outras empresas começaram a disputar o mercado de filmes fotográficos. A partir de então, nunca mais teve o prestígio de antes. Em 2003, a empresa anunciou que pararia de investir em filmes. Em 2009, anunciou que pararia de fabricar o Kodachrome – e o último rolo do filme foi produzido em 2011. Será que em breve produtos Kodak se tornarão definitivamente peça de museu?
Por André Sollitto – Do Época