O empresário Marcos Valério, acusado de ser o operador do mensalão, foi preso na manhã desta sexta-feira (2), em Minas Gerais, a pedido da Justiça da Bahia. Ele foi detido na operação Terra do Nunca, realizada pela Polícia Civil em três Estados.
Valério não foi preso por seu suposto envolvimento naquele que é considerado um dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil, mas sim sob acusação de se envolver com grilagem de terras, como conta o jornal Correio.
Segundo informações da Justiça da Bahia, as prisões ocorreram em decorrência de uma operação chamada de “Terra do Nunca”, realizada em três estados. O pedido de prisão acusa os suspeitos por “aquisição de “papéis públicos” para a “grilagem” de terras, ocorrida no município de São Desidério, no Oeste da Bahia”.
De acordo com o G1, as outras três pessoas detidas com Valário são seus sócios. A reportagem do site afirma que os inquéritos em tramitação na Bahia apontam o envolvimento dos suspeitos em “falsificação de documento público”, “falsidade ideológica”, “corrupção passiva” e “corrupção ativa”.
De acordo com o delegado Carlos Ferro, Valério deu como garantia em duas ações de execução terras que não existem em São Desidério. Isso teria ocorrido durante o processo do mensalão, segundo o delegado. Ferro afirma que a primeira foi uma ação civil, originária em Brasília, de uma empresa da publicidade, no valor de R$ 2 milhões; a segunda foi de execução por dívida para com a Receita Federal, no valor de R$ 158 mil, em julho de 2010. Ainda segundo o delegado, Valério deu cinco fazendas como garantia, mas a irregularidade foi descoberta após consulta da Procuradora de Justiça de Minas Gerais sobre a veracidade da documentação e das terras. Ao investigar, o delegado afirma que descobriu que as propriedades só existem no papel e, por isso, Valério é também acusado de adquirir terrenos de forma fraudulenta e de falsidade ideológica.
Por José Antonio Lima - Do Época