sábado, 17 de dezembro de 2011

Dilma é prova de que as mulheres são mais que uma “carinha bonita”, diz Michelle Bachelet




A presidente Dilma Rousseff recebeu em Brasília, nesta quinta-feira (15), a ex-presidente do Chile Michele Bachelet, atualmente diretora executiva da ONU Mulheres. Bachelet entregou a Dilma um relatório que propõe aos países a adoção de pisos de proteção social para estimular o crescimento econômico e a inclusão social. O documento foi produzido como forma de tentar criar diretrizes para que as medidas de austeridade que estão sendo aplicadas em diversos países por conta da crise não afetem os direitos das populações, uma preocupação compartilhada pela ONU e pelo Brasil, como disse Dilma segundo a Agência Brasil:
“Hoje, vivemos um momento muito difícil no cenário internacional. A situação econômica dos países desenvolvidos é muito dramática e, de um certo ponto de vista, prejudicial para as suas populações. Estamos preocupados que os processos de ajuste não representem redução de direitos e perda de garantias”, disse Dilma, citando em seguida os altos índices de desemprego registrados por esses países, principalmente entre os jovens.
O jornal chileno El Mercurio destaca que Bachelet elogiou as políticas de apoio às mulheres aplicadas por Dilma, mas alertou que apenas programas sociais não são capazes de criar uma sociedade igualitária. Segundo Bachelet, as políticas públicas precisam ter “especificidades de gênero” para tanto. Bachelet afirmou ainda que o sucesso do governo de Dilma Rousseff era prova da capacidade administrativa das mulheres:
“As mulheres são muito mais que uma carinha bonita e um belo corpo” e Rousseff é prova disso, disse Bachelet em breves declarações aos jornalistas depois do encontro, celebrado no Palácio do Planalto. Bachelet, que também foi a primeira presidente que teve o Chile, destacou que ela e Rousseff têm histórias de vida similares, que enfrentaram o rigor de férreas ditaduras e que, além disso, cresceram “sem sequer imaginar” que um dia poderiam chegar ao poder.

Por José Antonio Lima – Do Época - Foto: Antonio Cruz / ABr