segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Exposição mostra origem das paleolagoas em Pernambuco em Santa Cruz da Baixa Verde



Uma iniciativa diferenciada desenvolvida pelo secular Museu Louis Jacques Brunet, sediado no Ginásio Pernambucano, é um exemplo de integração do saber com educação através do conhecimento científico: o Estudo das Origens das Paleólogoas Pernambucanas, que poderá ser conferido no pavilhão da feira, no centro de Santa Cruz da Baixa Verde. Segundo a coordenadora da entidade, Ana Catarina Sales, esta é uma forma de promover e despertar nos alunos e jovens o interesse pelo saber científico, uma vez que a iniciativa trabalha em cima de aspectos da natureza, incentivando-os a buscar e desvendar os mistérios hoje na nossa geografia.

O projeto, que conta atualmente com apoio do Consulado da Alemanha e do ICE – Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação, é coordenado pela curadoria do Museu juntamente com a coordenação do colégio, cinco professores e o estudioso Pierson Barreto. A proposta está relacionada a uma disciplina eletiva (não obrigatória no currículo), que reúne estudantes uma vez na semana para discutir sobre o assunto, definir os trabalhos em campo, desenvolver relatórios e cuidar o acervo obtido nos estudos externos. Ao todo, o projeto envolve atualmente mais de vinte e cinco alunos, em sua maioria do segundo ano do ensino fundamental, além de alguns ainda do terceiro que se encontram na fazer de preparação para o vestibular.

“Normalmente o ensino desenvolvido em sala de aula, mesmo numa P&D (disciplina eletiva) é muito mais teórico. Mas, esta oficina nos oferece um trabalho prático junto aos alunos, o que nos dá a oportunidade de adquirir novas descobertas. E neste caso é uma perspectiva inédita e que possibilita mostrar o que realmente é uma paleolagoa e o que representa enquanto acidente geográfico”, destaca o projeto de física, Josivan Manoel do Nascimento, um dos tutores envolvidos no processo que poderá ser conhecido pelo público esta semana. Os resultados dos trabalhos dos estudantes nos últimos seis meses serão apresentados em uma mostra, que apresentará provas e detalhes desta pesquisa que busca desvendar mistérios provocados pelos impactos de meteoros na terra.

Neste período de atividade da oficina, foram realizadas três viagens para estudos de campo. A primeira foi com os professores até a localidade de Guadalajara, em Paudalho, mais especificamente na fazenda Cajueiro. Este passeio serviu para avaliar a viabilidade da visita com alunos do ensino médio para o estudo de campo. A segunda reunião o grupo de professores e alunos para, que fizeram coleta na estrutura de Cajueiro de rochas e possíveis impactitos, para tentar desvendar os seus impactos na geografia da região.

A coleta de impactitos também foi feita na terceira viagem, desenvolvida em setembro passado. Foi realizada na cratera da Panela, em Santa Cruz da Baixa Verde, e nas lagoas Lunardo e da Cruz, ambas em Manaíra (PB), além da Lagoa de Santa Luzia,em Remígio, a 1,5 km a oeste de Santa Cruz da Baixa Verde. As estruturas geográficas, que apresentam estruturas semelhantes, podem ter sido formadas num evento conhecido como Tupana, que aconteceu a 3.200 anos, aproximadamente. “Estudos recentes (2009) no Brasil, e no exterior, vem demonstrando que em alguns anos o número de crateras de impacto no mundo poderá ser potencializado em centenas de milhares”, diz o estudioso Pierson Barreto, enfatizando a importância do estudo.

Integrando as atividades da Semana Nacional de Ciências e Tecnologia 2011, este trabalho poderá ser conferido este sábado (22), no pavilhão da feira, no centro de Santa Cruz da Baixa Verde.

Sobre o Museu - O Museu Louis Jacques Brunet existe há mais de 100 anos e fica localizado no Ginásio Pernambucano, que é uma escola de referência em Educação Integral no Estado. Ele é o primeiro Museu de Ciências Naturais de Pernambuco e do Norte/Nordeste e surgiu da iniciativa do cientista Louis Jacques Brunet (naturalista francês que veio ao Recife em 1852 para estudar a fauna e flora americana), o regedor do Ginásio (chamado de Ginásio Provincial naquela época), pelo governo imperial de D. Pedro II e o Governador da Província José Alexandre Barbosa Lima.

Hoje, o Museu Louis Jacques Brunet mantém um dos maiores acervos de história natural do Estado, decorrentes dos estudos do seu grande entusiasta com mais de cinco mil peças na área de botânica, geologia e zoologia - com animais preservados sobre a técnica da taxidermia (empalhamento). Conta com o apoio do Instituto de Co-responsabilidade pela Educação e o Governo do Estado e do Consulado Geral da República da Alemanha no Recife e ainda mantém parceria com outras organizações e instituições como a SBPC/PE (Secretaria Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), o Espaço Ciência, UFRPE e a CPqAM/ Fiocruz Pernambuco.


Por Primma Comunicação Estratégica