quinta-feira, 27 de outubro de 2011

EUA desmantelam a última bomba atômica B53 que tinham em seu arsenal


O governo dos Estados Unidos confirmou o desmantelamento da última bomba atômica B53 que tinha em seu arsenal. A retirada dos material nuclear de dentro do artefato não foi acompanhada pelo público, por motivos de segurança, mas a destruição dos explosivos, realizada na fábrica Pantex, em Amarillo, no Estado do Texas, pôde ser vista por jornalistas e membros da sociedade civil a cerca de 2 quilômetros de distância.

A B53 é a bomba atômica mais poderosa já produzida pelos Estados Unidos, com uma capacidade de destruição 600 vezes maior que a bomba jogada pelos EUA na cidade japonesa de Hiroshima em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial. Cerca de 300 delas foram construídas. A B53 pesava 10 toneladas e tinha o tamanho equivalente ao de um carro. Ela era um artefato termonuclear, pois era um conjunto formado por uma bomba nuclear que detonava uma bomba de hidrogênio ainda maior. A administração do presidente dos EUA, Barack Obama, comemorou o fim da era B53, como conta o jornal americano USA Today:

“O mundo é um lugar mais seguro agora”, disse o chefe da NNSA [Administração de Segurança Nuclear Nacional], Thomas D’Agostino, em uma nota oficial. “A B53 era uma arma desenvolvida em outro tempo para um mundo diferente”.

O período a que D’Agostino se refere é a Guerra Fria, travada entre Estados Unidos e União Soviética nas décadas posteriores à Segunda Guerra Mundial, e que só acabou com o fim do país comunista, em 1991. Atualmente está em vigor um tratado firmado pelos Estados Unidos e pela Rússia por meio do qual os dois países se comprometem a reduzir consideravelmente seus arsenais nucleares. Os EUA têm atualmente 5 mil bombas nucleares ativas e, até 2018, deve reduzir este número para cerca de 1,5 mil.

A redução não implica no sucateamento das armas nucleares americanas. Barack Obama tem insistido para que o Congresso aprove um plano de US$ 85 bilhões para modernizar todo o aparato nuclear dos EUA.

Foto: Roberto Rodriguez / The Amarillo Globe News / AP

Por José Antonio Lima DoÉpoca