terça-feira, 6 de setembro de 2011

Lipoaspiração acaba com gordura localizada, mas exige disciplina


Engordar muito pode detonar com o resultado obtido no procedimento

Atualmente, bastante difundida e uma das mais procuradas, a lipoaspiração é uma técnica cirúrgica que proporciona a retirada de gordura de modo mecânico por sucção. Essa técnica foi desenvolvida nos anos 80 na França. Entretanto, desde então tem evoluído muito.

No início, a intervenção era feita apenas com anestesia geral e sem infiltração, por isso havia muito sangramento, obrigando muitas vezes o paciente a receber transfusão sanguínea. Posteriormente, foi introduzida a infiltração de solução salina e adrenalina, que diminuiu consideravelmente o sangramento. Assim, volumes cada vez maiores de solução foram introduzidos. Hoje se sabe que a infiltração ideal é a tumescente, na qual a área infiltrada fica inchada com o volume de solução. Deste modo, se pode notar um sangramento mínimo.

A anestesia neste tipo de cirurgia também vem variando, desde a geral à peridural e raquianestesia - vale salientar que todas têm suas vantagens e desvantagens. O que conta é a experiência da equipe cirúrgica com cada técnica empregada. Por exemplo, a lipoaspiração com anestesia local pode ou não ter sedação. Em geral, é melhor quando não tem, pois a paciente pode ir para casa mais rápido, devido ao fato de precisar de poucas horas de internação e, além do mais, poder visualizar o resultado na hora. Mas tudo isto, é claro, dependerá de cada pessoa.

Foi observando a técnica de infiltração tumescente que surgiu a lipoaspiração com anestesia local com a adição de anestésico na solução. Essa nova técnica proporcionou uma grande mudança. Com a anestesia local, o tempo de internação foi reduzido para poucas horas, e o paciente tem uma recuperação muito mais acelerada. Além disso, o paciente também pode ver o resultado na hora, pois estará acordado durante o procedimento. O único inconveniente é a toxicidade do anestésico, que deve ser respeitada.

Lipoaspiração com anestesia local não é lipo de consultório. O ambiente ideal para a realização do procedimento sempre é um hospital.

Apesar do resultado final de uma lipoaspiração com a anestesia local poder ser visto no momento do processo, posteriormente a região fica inchada (os chamados edemas), como na maioria dos atos cirúrgicos. Não obstante, com um mês já se obtém o resultado parcial, e com 3 meses 90% do resultado. O efeito completo será notado após 6 a 8 meses. Vale destacar que as lipoaspirações mais extensas devem ser fracionadas em duas ou mais sessões. Mas, lembre-se: lipoaspiração com anestesia local não é lipo de consultório. O ambiente ideal para a realização do procedimento sempre é um hospital.

Células-tronco e gordura

Outro ponto muito discutido ultimamente é a presença de células-tronco na gordura. Tem se observado gordura uma melhora significativa na qualidade da pele irradiada em pacientes submetidas à radioterapia e reconstrução de mama com uso de enxerto de gordura. Este fato tem sido atribuído justamente à presença de células-tronco da gordura. Além disso, a utilização do enxerto gorduroso para fins estéticos também conta com o benefício da forte presença delas, e muito se comenta sobre o rejuvenescimento apresentado na área enxertada. Esta técnica é a chamada lipoenxertia, comumente associada quando se faz uma lipoaspiração.

Lipoaspiração emagrece?

Existe também o fato de que muitos ainda acreditam que a lipoaspiração pode ser um recurso para quem deseja emagrecer, mas isso não procede. Na verdade, é uma cirurgia para o tratamento de gordura localizada. No entanto, a maioria das pacientes com sobrepeso que se submetem a lipoaspiração até adquirem um bom estímulo para emagrecer, já que melhoram o contorno corporal e a autoestima.

Para uma boa recuperação e manutenção dos efeitos da cirurgia, é necessário seguir as orientações médicas no pós-operatório.

Nos casos de flacidez, quando se realiza uma lipoaspiração, sempre ocorre uma retração de pele, que pode ser maior ou menor. Ela é completamente imprevisível. Há casos de pacientes com indicação absoluta de abdominoplastia e que não aceitam ficar com uma cicatriz, que se submetem a operação e tem resultado igual a da cirurgia maior. Mas estes, geralmente, são exceções. É, por isso, que não se pode indicar a lipoaspiração isoladamente para tratar apenas flacidez.

Uma questão que também é bastante confundida é a diferença entre lipoaspiração e lipoescultura. No caso desta última, o seu recurso é usar a própria gordura do paciente como enxerto para aprimoramento do contorno corporal. Já a lipoaspiração suga à gordura e ela só retorna se a pessoa engordar. Quando a paciente engorda um pouquinho e emagrece depois, o resultado retorna. Entretanto, se a pessoa engordar muito perde o efeito. Isso porque a lipoaspiração remove as células de gordura, mas elas se recompõem com um estimulo desta proporção.

A técnica da lipoaspiração pode aspirar qualquer região do corpo com gordura localizada, desde que não existam estruturas nobres que possam ser lesionadas no procedimento, como nervos e vasos sanguíneos. E para uma boa recuperação e manutenção dos efeitos da cirurgia, é necessário seguir as orientações médicas no pós-operatório. Algumas das orientações são: praticar exercícios somente após um mês, fazer drenagens linfáticas, usar cinta modeladora, não se expor a radiação solar e, sobretudo, não engordar.

Um aspecto relevante para ser um candidato a uma lipoaspiração é ter boa saúde. Pessoas que fazem uso, por exemplo, de determinados medicamentos como os emagrecedores, estão proibidos. Pacientes com risco e condição clínica desfavorável não devem se submeter ao procedimento. Assim, o cirurgião plástico necessariamente deve requisitar os exames pré-operatórios para investigar e analisar as condições físicas do paciente e, assim, poder avaliar se ele se encontra em condições de se submeter à cirurgia.