Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), os preços médios internacionais dos alimentos recuaram pelo segundo mês consecutivo em agosto, O índice de preços da entidade ficou em 231 pontos, 0,43% abaixo da média de julho. No longo prazo, entretanto, o indicador acumula alta de 26% nos últimos 12 meses e está apenas 2,94% abaixo do recorde registrado em fevereiro passado.
Já os cereais, depois de registrarem forte queda em julho, voltaram a subir e acumularam alta de 36% desde agosto de 2010. Só as cotações do trigo avançaram 9% no último mês, impulsionadas pela forte demanda para a produção de rações e pelo aperto nos estoques.
De acordo com a FAO, a alta dos preços reflete o fato de que o aumento da produção mundial projetado para este ano não será suficiente para compensar o acréscimo de demanda, de modo que os estoques vão continuar pequenos e os preços seguirão elevados e voláteis. O órgão estima que a produção mundial de cereais crescerá 3% em 2011. A FAO mostrou-se especialmente preocupada com a oferta de milho, depois que as lavouras dos Estados Unidos foram assoladas por uma forte estiagem entre julho e agosto.
Na média, as carnes ficaram 1% mais caras no mercado internacional, acompanhando a tendência dos cereais. Embora os preços das aves tenham registrado forte queda, a carne bovina voltou a subir e atingiu novas máximas no mês.
Esses aumentos foram compensados pela queda de outros itens,como os produtos lácteos. Os preços dos lácteos recuaram 3,07%, pressionados pela desvalorização do dólar. O açúcar também perdeu fôlego, caindo 2% em relação a julho em resposta ao aumento de produção na Europa, Índia e Tailândia, apesar das frustrações no Brasil. Apesar disso, a cotação de açúcar acumula valorização de 50% em 12 meses.
Luciana Franco