Operações em contêineres começam no Porto de Salvador e abrem possibilidades de negócios para o Cerrado
Os primeiros contêineres de soja foram exportados para o Japão nesta terça-feira (23/08) através do Porto de Salvador. Este tipo de embarque é inédito na região Nordeste e abre uma janela de possibilidades para o agronegócio do Cerrado (Oeste da Bahia), que poderá aumentar as vendas da commodity para a Ásia.
O secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles disse que, sem dúvida, o início das exportações de soja em contêneires é, sem dúvida, um marco para novas possibilidades comerciais. Os dois contêineres somaram 37 toneladas de soja produzidas pela Agropecuária Xingu, situada em São Desidério, no Oeste do estado. Até então, o produto era escoado através de navios graneleiros.
De acordo com informações da Tecon Salvador, empresa portuária do grupo Wilson, Sons Terminals, o embarque foi feito no porta-contêneires CMA CGM ONYX, navio que faz a ligação entre a Bahia diretamente à Ásia, sem escalas. Agora, a Tecon quer ampliar a exportação de algodão de 1% para 30%. A Bahia é o segundo maior estado produtor de algodão do país e 99% da pluma produzida na região é vendida através do Porto de Santos.
Salles afirmou que a criação da linha direta com a Ásia é uma conquista que vai incrementar as relações de negócios com os países daquela região e representa um fator importante no processo da agroindustrialização da Bahia.
Márcio Marques, analista de negócios da Tecon, explica que, enquanto o embarque em navios graneleiros exigem a carga mínima (que varia de cinco mil a dez mil toneladas dependendo do tamanho da embarcação), as operações em contêineres não têm esta exigência e o processo pode ser concluído em até 12 horas. Em um navio graneleiro, o carregamento pode chegar a demorar de sete a quinze dias, segundo Marques.
Outro fator apontado como vantajoso para os produtores e compradores é a facilidade na logística de distribuição, acesso a mercados alternativos e embarques semanais. O transporte por contêiner permite que a exportação ocorra independentemente das condições climáticas e em períodos de entressafra.
Por Globo Rural On-line