Jovens sexualmente ativos em um relacionamento romântico comprometido são menos propensos a ter um comportamento delinquente do que aqueles que fazem sexo casual, de acordo com uma pesquisa recente de psicólogos americanos.
O estudo, publicado na revista "Journal of Youth and Adolescence", descobriu que os adolescentes que namoravam e eram sexualmente ativos mostraram níveis mais baixos de comportamento antissocial se comparado aos virgens.
No entanto, os jovens que têm relações sexuais casuais mostraram níveis mais elevados de comportamento antissocial em relação aos outros grupos.
Enquanto políticos e pesquisadores comumente abordam as consequências negativas da sexualidade precoce, poucos estudos sondam os contextos e os benefícios potenciais das relações sexuais na adolescência, diz Paige Harden, da Universidade do Texas em Austin, autora principal da pesquisa.
GÊMEOS
Harden e sua colega, Jane Mendle, da Universidade de Oregon, usaram um questionário on-line com 519 gêmeos do mesmo sexo nos Estados Unidos, com idades entre 13 e 18.
Ao compará-los, os pesquisadores puderam controlar todas as variáveis genéticas e ambientais que os gêmeos compartilhavam.
Os gêmeos responderam a perguntas sobre sua atividade sexual e comportamentos delinquentes conduzidas pelo "National Longitudinal Study of Adolescent Health" (Estudo Nacional Longitudinal de Saúde do Adolescente), uma amostragem nacional representativa que acompanhou o grupo desde a adolescência até a idade adulta.
Os autores descobriram genes que influenciam significativamente o comportamento sexual entre os adolescentes jovens (idades entre 13e 15).
Genes relacionados à extroversão, impulsividade e puberdade precoce podem influenciar os adolescentes jovens a ter relações sexuais casuais. Esses mesmos genes também podem predispô-los a contextos de risco, segundo Harden.
No entanto, os adolescentes mais velhos (idades entre 16 e 18) são mais influenciados por fatores externos --tais como provenientes de famílias economicamente desfavorecidas, pouco envolvimento dos pais e sistemas escolares pobres-- para praticarem sexo casual.
"Considerando ao mesmo tempo ambos os contextos ambientais de experiência sexual dos adolescentes e do papel de predisposições genéticas, esperamos promover uma compreensão com mais nuances do impacto da atividade sexual do adolescente no desenvolvimento", diz Harden.
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