Nascido e criado na favela Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, Gilson da Silva trabalha há oito anos como guia turístico e na produção de eventos na comunidade. Uma grande mudança para quem, há 15 anos, foi preso depois de participar de um assalto a uma loja de material de construção.
Na série sobre formalização nas favelas, o G1 vai contar as histórias de empreendedores nas comunidades pacificadas do Rio de Janeiro.
“Eu consegui fugir, mas um segurança de outra loja conseguiu me pegar, algumas ruas depois”, conta ele. “Em seguida, chegou o policial que me perseguiu e outros dois em uma viatura". Um deles, conta Gilson, o baleou na perna.
Condenado a cinco anos e quatro meses de prisão, o guia, conhecido como Gilson Fumaça, ganhou o benefício do regime semiaberto em dois anos, e mais tarde a liberdade condicional. Quando foi libertado, ele conta que teve muita dificuldade em conseguir emprego: “além do preconceito por eu morar no morro, ainda havia o preconceito contra ex-presidiários”.
Gilson Fumaça posa na cabine onde ficam os guias que passeiam com turistas na Santa Marta (Foto: Bernardo Tabak/G1)
Depois de fazer cursos de informática e inglês, Gilson foi trabalhar como vendedor de planos odontológicos e, depois, como monitor na Santa Marta, até ser promovido a coordenador do Programa Vida Nova, do governo estadual, realizado em várias favelas do Rio. Agora, aos 33 anos, está se formando em um curso de guia de turismo.
“Vou poder guiar excursões regionais, nacionais e pela América do Sul”, conta. “Assim que me formar, vou me formalizar”, comemora.
Por Bernardo Tabak - Do G1 RJ