As taxas de cesariana estão muito altas em diversos países. Além do Brasil, Coréia do Sul, Itália e México estão no topo da lista com índices entre 30 e 35%.
Um estudo nacional aborda um tópico tão interessante quanto atual: taxas de cesarianas em diferentes países. Os autores da pesquisa fazem uma ampla revisão das práticas de assistência obstétrica em localidades com diferentes perfis e graus de desenvolvimento sócio-econômico. E os resultados impressionam, já que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), desde 1985, de limitar os partos cirúrgicos em até 15% do total de partos, parece ter sido esquecida ou renegada.
Isso mesmo. Raríssimos países estão perto desta taxa e pelo contrário muitos estão longe disso. Pior ainda, alguns países, com baixas taxas de cesariana, precisariam ter taxas maiores, e só não o têm por conta da falta de disponibilidade de assistência médico-hospitalar e de barreiras de acesso aos cuidados para a população. É o caso de alguns países africanos, onde uma em cada 12 mulheres morre por causas obstétricas, possivelmente por restrição de acesso à assistência adequada de médico e hospital. Por outro lado, países muito desenvolvidos experimentam um aumento crescente do número de cesarianas, como é o caso dos estados Unidos.
Bem, vamos aos números e ranking da pesquisa. No topo da lista, além do Brasil, estão Coréia do Sul, Itália e México taxas entre 30 e 35%. Numa zona intermediária, aparecem Portugal, Austrália e Estados Unidos com mais de 25%. E lá embaixo, todos os países escandinavos, a República Checa e Holanda, com taxas inferiores a 18% (mas acima dos 15%). Ao que parece, nos países onde impera um modelo altamente medicalizado, com uso de alta tecnologia e pouca participação de obstetrizes, como é o caso de zonas urbanas brasileiras a chance de nascer por meio de cesariana aumenta.
Por Dr. Alexandre Faisal