terça-feira, 12 de julho de 2011

Filho de mãe com diabetes gestacional, bebê de 7,3 kg pode ter que receber reposição de açúcar


Bebê nasceu com 7,3 kg no Texas; mãe tinha diabetes gestacional

Pele fria, suores, fome e irritabilidade são indicativos que sua glicemia está baixa

Janet Johnson, de 39 anos, teve diabetes durante a gravidez e deu à luz a um bebê com 7,3 kg, no Texas, EUA. Segundo Denise Reis Franco, endocrinologista e diretora da Associação de Diabetes Juvenil, um bebê grande, com mais de 4, 5 kg, já é resultado de um diabetes gestacional mal tratado.

Além de correr risco de morte durante a gravidez, o bebê pode ter pulmões imaturos e ter que receber reposição de glicose, até que a glicemia, açúcar no sangue, seja normalizada. Isso porque o bebê está acostumado com muito açúcar e sua falta gera hipoglicemia, ou seja, pouco açúcar no sangue, que também causa problemas para sua saúde.“O bebê está mais pré-dispostos a ficar na UTI e tem risco de doenças neurológicas”, explica a médica.

De acordo com Franco, grávidas com diabetes tratado têm crianças com peso normal, de 3 kg para meninas a 3,5 kg para meninos. O tratamento vai desde uma alimentação mais fracionada e balanceada, com maior ingestão de carboidratos complexos, à insulina e, no último ano, remédios orais.

O que é o diabetes gestacional?

O diabetes ocorre quando há excesso de glicose, açúcar, no sangue --ele pode ser causado pela falta de insulina, que ‘coloca’ o açúcar dentro da célula, ou pela má formação ou pouca quantidade de insulina.

O tipo 1 é aquele considerado autoimune, quando as células do pâncreas são atacadas pelo sistema imune do organismo e deixa de produzir insulina. Ocorre especialmente em crianças e adultos jovens, que devem tomar insulina. Já o tipo 2 está mais ligado à hereditariedade e hábitos de vida como o aumento de peso e sedentarismo. “10% da população tem esta doença que está relacionada com a chance genética e o meio propício”, conta a endocrinologista.

Um dos meios propícios é a gravidez. A mulher fica com excesso de açúcar no sangue, devido aos hormônios, e não consegue produzir insulina suficiente para absorvê-lo. O diabetes gestacional não está diretamente ligado ao excesso de peso, mas sim à hereditariedade.

“Durante a gravidez, a placenta aumenta a produção de hormônios para que os bebês cresçam e sejam nutridos. Com isso a glicose aumenta. Então, o pâncreas começa a produzir mais insulina para absorver o excesso de glicose. Mas nas mulheres que já tem uma predisposição, este mecanismo pode falhar e ela desenvolver o diabetes gestacional”, afirma Franco. Assim, mais açúcar vai para o bebê, que acaba engordando.

A grávida com diabetes gestacional corre o risco de ter pré-eclampsia, eclampsia, maior pressão arterial e complicações no peri-parto e no parto.