ERITREIA - Diante de uma possível sentença de morte, Eyob Mussie, um cristão refugiado que vive na Arábia Saudita, foi informado de que será enviado ao seu país de origem, a Eritreia, uma nação onde os refugiados que retornam sofrem, muitas vezes, com a prisão, tortura e até a morte.
Mussie foi preso na Arábia Saudita em fevereiro do ano passado, sob a acusação de proselitismo, um crime que acarreta a pena de morte na Arábia Saudita. Mas, embora tenha conseguido escapar da punição, agora ele certamente irá sofrer maus tratos ou até coisas piores, se ele for repatriado à Eritreia.
O presidente eritreu, Isiais Afwerki, governa a Eritreia, uma nação onde os cidadãos são rotineiramente submetidos a prisões arbitrárias e indefinidas, com torturas e trabalho forçado. Cerca de 3 mil cristãos estão presos sem ter sido acusados formalmente; alguns foram mantidos presos e sem comunicação durante meses.
“Nós elogiamos o governo saudita por ter poupado a vida do senhor Mussie”, disse Andrew Johnston, diretor da advocacia da Christian Solidarity Worldwide. “No entanto, deportá-lo para a Eritreia significa que ele teve uma morada provisória antes de voltar para sua terra natal, onde as autoridades certamente irão sujeitá-lo a tratamentos cruéis e desumanos”, disse Johnston.
“Como signatários da convenção da ONU contra torturas e outros tratamentos, e penas cruéis, desumanas ou degradantes, pedimos à Arábia Saudita que não envie de volta à Eritreia o Sr. Mussie, pois é um país que muito provavelmente não o tratará bem. Estamos analisando outros países e alternativas para a proteção do Sr. Mussie,” concluiu Andrew Jonhston.