quarta-feira, 15 de junho de 2011

Produção de novilho precoce é um dos destaques da Feicorte


Abater novilhos com até 36 meses e, no máximo, quatro dentes definitivos pode ser um bom negócio para criadores disciplinados. Além de economizar o tempo de permanência do animal na fazenda, o que significa redução de custos fixos, os produtores de Mato Grosso do Sul recebem incentivos fiscais do estado para praticarem essa modalidade de criação. Parcerias comerciais com a JBS e com o Carrefour também são vantajosas.

“O animal é abatido com mais ou menos 500 quilos, 18 arrobas, o peso de um boi mais velho”, explica Alexandre Raffi, presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores de Novilho Precoce (ASPNP). Para isso, no entanto, o produtor tem mais trabalho. “É mais fácil soltar o boi no pasto e abatê-lo depois, mas criar novilhos precoces é mais lucrativo”, afirma Antonio João de Almeida, diretor técnico da associação.

Mato Grosso do Sul é o maior produtor de novilhos precoces do Brasil. A produção do estado em 2010 foi de cerca de 125 mil cabeças. Foram vendidas 50 mil cabeças ao Carrefour, que paga um prêmio por novilhas fêmeas de até 30 meses, e 75 mil à JBS, que paga 2% a mais do valor do animal em cima do preço de tabela. Nesse ano, a meta é aumentar a produção e vender 100 mil cabeças só para a JBS. A maior parte da carne vendida é destinada ao consumo interno.

Produzir novilho precoce, no entanto, não é fácil. O produtor deve fazer um manejo gerencial mais cuidadoso, além de levar o bem-estar do animal em consideração e tomar os cuidados sanitários de acordo com as normas do programa da ASPNP. O resultado final é uma carne mais macia – e mais cara – do que a comum. “O consumidor final ainda não percebe a diferença”, diz Almeida, diretor técnico. “Estamos desenvolvendo um trabalho de educação para explicar as vantagens do nosso produto”, explica.

Alguns produtores optam por abater seus animais ainda mais cedo, é o caso dos superprecoces. Com 13 a 16 meses, os animais não têm nenhum dente definitivo e recebem 66,6% do incentivo do estado – animais com dois dentes definitivos recebem 50% e com quatro, 33,3%, como reembolso de parte do ICMS.

Um dos produtores de superprecoce é Nedson Rodrigues Pereira, da Fazenda Cachoeirão. Seus animais são fruto de um cruzamento de três raças: nelore, limousin e angus. Nesta terça feira (14/06), às 20h, ele concorre ao prêmio Nelson Pineda, realizado durante a Feicorte 2011, que homenageia os melhores confinadores.

Do Globo Rural