terça-feira, 28 de junho de 2011

Para onde vão Marina e seus eleitores



Marina Silva foi a terceira colocada nas eleições presidenciais do ano passado. Saiu das urnas vitoriosa, fortalecida no cenário político nacional. Menos de um ano depois da votação e de dois anos de sua ida para o PV, a candidata dos 19,5 milhões de votos sairá do partido. Reportagem de ÉPOCA explica por que Marina deixará a legenda que a acolheu oferecendo-lhe a possibilidade de perseguir o sonho de disputar a Presidência da República.

A união entre Marina e o PV começou com promessas e terminou em desilusões. Desilusões produzidas, sobretudo, ao sabor das inevitáveis divergências de uma campanha eleitoral. Marina e o PV, especialmente por meio de seu presidente, José Luiz Penna, discordaram em quase tudo nas eleições. Aos poucos, sua campanha separou-se da estrutura do partido. Os problemas começaram na arrecadação de dinheiro. O vice da chapa, o empresário e fundador da Natura, Guilherme Leal, centralizou os trabalhos de coleta de recursos. Os tradicionais arrecadadores do PV se incomodaram com a resistência de Leal aos métodos tradicionais – e heterodoxos – de financiamento de campanhas no Brasil, do qual o partido nunca foi exceção. Um dos dirigentes do PV conta como anedota o dia em que Marina mandou devolver uma mala de dinheiro “não contabilizado”, em linguajar delubiano, ao empresário paulista que o havia enviado.

Marina deixa o PV, mas não o sonho de ser presidente. Deve fundar um partido para disputar as eleições de 2014. Outras lideranças do PV vão acompanhá-la nessa empreitada. Será que os quase 20 milhões de eleitores também? E quantos mais ela conseguirá convencer a aderir a seu projeto?

Por Liuca Yonaha – Do Época