Às 21h desta quarta-feira (22), no horário de Brasília, o presidente americano Barack Obama fará um pronunciamento oficial anunciando o fim da ocupação no Afeganistão. Em 2014. Pelo menos é isso que especula o jornal USA Today, que lembra que o tão aguardado discurso de Obama virá cerca de 18 meses após o presidente ter anunciado o envio de mais 30 mil tropas em um esforço para derrotar a Al-Qaeda e para conter o avanço do Taleban.
Enquanto isso, a pressão sobre Obama para terminar as operações no Afeganistão continua:
Quase 50 parlamentares de ambos os partidos enviaram uma carta a Obama apelando para que diminuísse “significativamente” as tropas. “Uma retirada simbólica é inaceitável”, disse o republicano John Garamendi. “Manter quase 100 mil tropas no Afeganistão, a um custo mensal de US$ 10 bilhões, é uma estratégia inefetiva para combater o terrorismo e consome, sem justificativa, o orçamento federal”.
O presidente do Comitê das Forças Armadas no Senado, Carl Levin, disse que as condições no Afeganistão “são propícias para uma redução de pelo menos 15 mil tropas até o final do ano”.
O senador democrata Joa Manchin, de West Virginia, disse que é hora de focar na economia. “Caridade começa em casa”, disse. “Não podemos mais custear a reconstrução do Afeganistão e dos Estados Unidos.”
Da fala do presidente dos EUA, deve-se esperar nada menos que o anúncio do fim da missão no Afeganistão, que já dura dez anos e tornou-se, no ano passado, a guerra mais longa da história dos Estados Unidos. O aviso de retorno de todas as tropas americanas até 2014 também já é quase certo. Sabendo que a guerra na região é o principal fator da má avaliação de sua gestão, e de olho na reeleição, Obama deve focar seu pronunciamento no fato de que está tirando do Afeganistão as tropas e, portanto, o dinheiro, para investir isso em seu próprio país e na recuperação da sociedade e economia americanas. Claro, lembrando sempre que, apesar de tudo, a missão afegã foi positiva e, no fim, os americanos conseguiram o que queriam: matar Osama Bin Laden.
Lucas Hackradt - Do Época