Os estímulos positivos são puro prazer, deles não se aprende nada. Os estímulos negativos, ao contrário, nos fazem crescer
No mundo inteiro, muitas pessoas recebem más notícias diariamente, notícias que podem nos derrubar tanto profissional como pessoalmente. Ao mesmo tempo, por mais paradoxal que possa parecer, podemos aceitar essa informação, refletir, tomar consciência que chegamos ao fundo do poço e que é hora de dar um passo à frente. Podemos transformar essa situação ruim num estímulo de verdade, num ponto de inflexão para crescer.
Os estímulos positivos são puro prazer, deles não se aprende nada. Somente vivemos esses momentos e os aproveitamos. Os estímulos negativos, ao contrário, nos fazem crescer, pois nos obrigam a buscar o que possivelmente nunca pensaríamos encontrar: a nós mesmos.
“Homem sem sorriso não abre loja.” É o que diz um provérbio chinês que deve ser aplicado no dia-a-dia. Ante a maior adversidade, uma pessoa pode tomar a via da “auto-compaixão” e sofrimento ou encarar a vida com dignidade. Conhecer pessoas com problemas, com problemas de verdade, e ver a alegria e inclusive a frialdade com que muitas vezes elas os enfrentam, vale a pena. Assim, pessoas como Randy Pausch podem servir de exemplo como resposta positiva a estímulos e alegria de viver.
No dia 18 de setembro de 2007, o professor e cientista Randy Pausch tinha que dar uma palestra a mais de 400 estudantes e amigos na Universidade de Carnegie Mellon, cumprindo uma tradição acadêmica denominada “Última Lição” (Last Lecture). O que ninguém esperava era que iniciaria sua apresentação com um terrível anúncio: padecia de câncer de pâncreas que se estendia por todo o corpo. Os médicos lhe davam de três a seis meses de vida. “É o que é e não podemos mudá-lo”, afirmou Pausch, e continuou a palestra com total naturalidade, com uma simplicidade que a muitos marcou para sempre e que lhe converteu numa celebridade na rede. O titulo da apresentação, “Como cumprir verdadeiramente os sonhos da sua infância”, deixava claro que seria uma homenagem ao esforço, a perseverança e ao amor pela vida.
Durante a apresentação não quis falar de câncer, mas sim da vida e de como vivê-la, como alcançar os sonhos infantis. Tratava-se de uma mensagem para todos, especialmente para seus filhos. No seu caso, eram seis sonhos: poder sentir a gravidade abaixo de zero, jogar na Liga de Futebol Nacional (NFL), publicar um artigo na enciclopédia “World Book”, emular o capitão Kirk da série Star Trek, ganhar um urso de pelúcia e ser um profissional de criação da Disney por um dia. Pausch não consegui cumprir todos seus desejos, mas viveu pequenas doses de cada um dos seus sonhos de criança.
Para tentar frear o câncer e estar mais tempo com seus filhos, este professor submeteu-se a agressivas cirurgias e quimioterapia experimental. Porém, a enfermidade seguiu seu curso e quase 10 meses depois de anunciá-lo, Pausch faleceu na sua casa em Chesapeake, 25 de julho, aos 47 anos. Morreu enfrentando a adversidade e convertendo-se num grande exemplo a seguir.