segunda-feira, 23 de maio de 2011

Empresa usa a tecnologia para evitar o assédio moral digital



Por Patrícia Machado e Marisa Adán Gil
Quando Arthur Fole, 31 anos, diretor executivo da Hyspex Tecnologia em Alumínio, de Guarulhos (SP), foi obrigado a desembolsar R$ 20 mil por um processo contra danos morais encabeçado por um ex-funcionário da empresa, decidiu blindar o negócio contra qualquer tipo de ação por assédio ou dano moral. No caso citado, o antigo empregado afirmara ter sido acusado de roubo.

Por ano, a Hyspex investe cerca de R$ 700 mil em softwares que controlam o uso do e-mail corporativo e gravam as conversas feitas pelos funcionários em programas de chats instantâneos. Além disso, a diretriz é copiar o gestor da área em todos os e-mails enviados. “O programa controla as conversas e determina quem pode ou não ser o seu amigo na rede”, diz Fole. Para evitar problemas, os mais de 100 funcionários não podem acessar e-mails pessoais e redes sociais ou mesmo levar pen drives para dentro do ambiente corporativo. Para amenizar a imagem de controlador, Fole permite diariamente que por uma hora – das 12h às 13h – os funcionários acessem sites de bancos e portais de pesquisa na internet. “Fizemos um treinamento com todos os funcionários explicando a importância das novas regras e criamos uma cartilha que determina a postura da empresa no ambiente digital”, conta o empresário.

A nova cultura digital trouxe ganhos de produtividade para o escritório. “Os funcionários ficavam cerca de 60% do seu horário de trabalho em sites de jogos ou entretenimento. Hoje, a produtividade de cada um aumentou 40%”, afirma Fole. Isso contribuiu para o faturamento de R$ 60 milhões alcançado pela empresa em 2010. Neste ano a Hyspex espera crescer 20%.