Durante sua campanha eleitoral, Dilma Rousseff prometeu divulgar as conquistas de seu governo de forma que a oposição, a imprensa e a população pudessem verificar dados e avanços. A simples existência da proposta não chegou a ser uma crítica ao ex-presidente Lula, mas serviu como tentativa de marcar uma diferença entre a administração dos dois. Lula foi muito criticado porque os dados divulgados por seu governo – como o número de pessoas que deixou a linha da pobreza – variavam muito conforme a fonte a acabavam questionados. Dilma não queria isso para ela, e na segunda-feira deu o primeiro passo em sua luta para cumprir a promessa de acabar com a miséria no Brasil.
Como mostra reportagem da ÉPOCA, o IBGE definiu de forma clara quem é miserável no país, e chegou ao assustador número de 16,2 milhões de pessoas, pouco mais do que todos os habitantes do Estado do Rio.
Dos 16,2 milhões em extrema pobreza, 4,8 milhões não tem nenhuma renda e 11,4 milhões tem rendimento per capita de R$ 1 a R$ 70. Para chegar ao número, além da renda per capita, o IBGE avaliou as condições de vida dessas famílias, inclusive o acesso a serviços básicos, como a existência de banheiros nas casas, acesso à rede de esgoto e água e também energia elétrica. O IBGE também avaliou se os integrantes da família são analfabetos ou idosos.
Se o Plano Brasil sem Miséria, que ainda será lançado por Dilma, vai dar certo ou não, não é possível dizer. Mas é certo que, quando acabar o governo Dilma, o país terá certeza sobre a resposta.
José Antonio Lima - Do época