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Uma academia improvisadaA reportagem do Jornal Agreste Notícia em matéria especial se deslocou até a Casa de Recuperação Desafio Jovem, localizada na saída de São Domingos, distrito de Brejo da Madre de Deus, ficando por dentro do brilhante trabalho realizado pela entidade que tem o comando dos missionários irmão Benildo e sua esposa Neide.
O Desafio tem espaço amplo que abriga mais de 40 internos, que se recuperam de vicio, dependências químicas, alcoolismo e das drogas.
O local dispõe de espaço para a pratica de futebol, uma academia de ginástica improvisada, além de espaço de inclusão digital, religioso e profissional. Tudo isso faz com que a luta pela vida, resgate jovens e adultos do caminho do desprezo, desonra e na maioria das vezes da marginalidade.
Vale destacar que o tratamento que é de nove meses, o mesmo tempo de uma gestação, tem todo um acompanhamento, com psicóloga, psiquiatra, educador físico, nutricionista, além de um enfermeiro que é mantido através do CONDECA de Santa Cruz do Capibaribe.
O trabalho árduo que já tem seis anos de existência faz com que, pessoas que não tinham perdido o controle sobre suas vidas, não tinham uma perspectiva de vida, saiam de lá como verdadeiros cidadãos.
O repórter Sidney Lima conversou com o irmão Benildo
O reporter Sidney Lima conversou com o irmão Benildo que é o fundador e diretor da casa.
Ele falou sobre as dificuldades para manter esse projeto em andamento, já que este trabalho vive de ajudas dos associados e não tem nenhuma contribuição da Prefeitura de Brejo da Madre de Deus. “Nós estamos passando por uma grande dificuldade, apesar de termos uma parceria com a Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe que nos ajuda, mas fazem três meses que estamos sem recebe essa ajuda e isso está sendo muito difícil para nós. Estamos com 42 pacientes, onde a maioria é da região. Olhando nossa dispensa vimos que não tinha arroz, não tinha feijão, ligamos para alguns amigos e falamos da realidade, Os colaboradores tem nos ajudado para poder manter esse local”. Falou Benildo.
Ele ainda afirmou que já levou projetos para o Prefeito de Brejo, já falou com secretários, já teve diversas reuniões, mas até agora não teve êxito.
O missionário relatou como os pacientes chegam à casa de recuperação: “Há 17 anos trabalhamos resgatando vidas, vidas essas que estão aprisionadas pelas drogas. A maioria deles chegam aqui sem se quer com documentos, excluídos da sociedade, debilitados e aqui eles conseguem enxergar uma vida nova. Temos um professor dando aulas de defesa pessoal, oferecemos oficinas de costuras, enfim, as pessoas saem daqui diferentes”. Completou.
Ronaldo de Souza Araújo, de 34 anos de idade, é um paciente gaúcho que ajudam na organização da casa, e reside na cidade de Maceió. “Eu tive problemas com todos os tipos de drogas, pois na verdade, uma droga liga a outra. Você começa com álcool e cigarro, depois passa para maconha, cocaína e crack, onde cada vez mais, vai seguindo esse caminho que só leva a morte e a destruição”, disse o paciente gaúcho, que destacou a importância do Centro de Recuperação que tem como objetivo a inclusão do cidadão na sociedade.
O rapaz que é filho de um juiz de direito revelou que entrou no mundo das drogas através de amizades. “Nós começamos em festinhas, onde bebemos e vem um cigarrinho, depois passamos a fumar maconha até chegar ao crack que é a pior delas, é a droga da morte. Ela destrói o ser humano, o caráter, uma família, uma vida bem sucedida, é sem duvidas o mais auto padrão de destruição”.
Ronaldo, que já se internou em várias clinicas em vários estados do Brasil, faz quatro meses que se encontra no Desafio Jovem e disse já ter sentido uma grande diferença. “Eu era um empresário bem sucedido, tinha uma família bonita, filhos, tinha o respeito da sociedade. Mas depois que conheci essa droga fiquei altamente dependente dela, a ponto de esquecer minha família e deixar meus negócios, passando a usar essa droga, como se fosse à única coisa que existisse em minha vida. Cheguei a viajar para vários países do mundo, conheço quase todo o Brasil, possuia carros importados, tinha uma vida boa. Achei que tinha tudo, mas na verdade não tinha nada! Eu era ateu, não conhecia Deus, não sabia a diferença de Deus e Jesus Cristo, precisei perder tudo para conhecer que existe um lugar feito este, que existe algo superior a nós que vem para nos salvar”, desabafou emocionado.
Perguntado sobre a participação de sua família em seu tratamento, ele respondeu que no inicio quase todas as famílias dos dependentes colaboram, querem ajudar. Mas essa droga deixa as pessoas em uma dependência tão grande que você acaba se afastando da família, vai perdendo ela a ponto de chegar um dia que a família já não agüenta mais, por que ter um viciado dentro de casa é muito difícil. “Hoje me aproximei de meus familiares, comecei a falar com meu pai que está no Sul, perdi a esposa, tenho dois filhos lindos que estão lá em Maceió, que logo irei visitá-los. Eu creio que o mundo está mudando para mim, eu estou mudando, pois quando agente se apega com Deus, vimos as coisas diferentes, um mundo diferente. Há um tempo atrás achei que minha vida estava acabando, agora enxergo que ela está apenas começando”, concluiu.
Em quanto estávamos no Centro de Recuperação, conhecemos um homem que ainda não sabe de onde veio, nem tão pouco quem é sua família. Ele diz que seu nome é Luis Carlos de Souza, aparenta 35 anos de idade. Ele chegou muito debilitado e não consegue andar.
Quem quiser se torna sócio e ajudar com uma contribuição apartir de R$ 5,00
(81) 99211447 - (81) 88630773 - (81) 94819297.
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Para mais informações visite www.chasah.blogspot.com
Do: Jornal Agreste Notícia
