Na opinião de 28,9% dos brasileiros, os serviços prestados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) são bons ou muito bons. Proporção semelhante (28,5%) acredita que esses serviços são ruins ou muito ruins, e 42,6% os consideraram regulares. Os dados são do Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips), divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A pesquisa contou com questionários respondidos por 2.773 pessoas. Os resultados indicam que, entre os entrevistados que já utilizaram o SUS (ou acompanharam alguém que utilizou) nos 12 meses anteriores à pesquisa, a visão sobre os serviços é melhor - 30,4% o consideram bom ou muito bom. Já entre os que não têm experiência com a rede pública, a avaliação foi positiva para 19,2%.
A opinião a respeito da qualidade dos serviços públicos de saúde também muda conforme a percepção do entrevistado sobre a própria saúde. Os serviços do SUS foram qualificados como muito bons ou bons por 29,1% dos que avaliaram seu estado de saúde como positivo. Entre aqueles que têm avaliação negativa de seu estado, o percentual caiu para 25,2%.
Pior avaliação
O atendimento prestado em centros e/ou postos de saúde e o atendimento de urgência ou emergência foram os serviços com as menores proporções de qualificações positivas.
O atendimento em centros e/ou postos de saúde recebeu a maior proporção de qualificações como ruim ou muito ruim (31,1%), dentre os serviços pesquisados.
Dentre os entrevistados que utilizaram ou acompanharam alguém de sua família em um atendimento de urgência ou emergência, 48,1% consideraram que o atendimento é muito bom ou bom, e 31,4% qualificaram o atendimento como ruim ou muito ruim.
Melhor avaliação
Para 80,7% dos entrevistados que tiveram seu domicílio visitado por algum membro da Equipe de Saúde da Família (ESF), o atendimento prestado é muito bom ou bom. Apenas 5,7% dos entrevistados opinaram que esse atendimento é ruim ou muito ruim. Vale destacar que a proporção de entrevistados cujo domicílio foi visitado por algum membro da ESF foi de cerca de 32%.
A distribuição gratuita de medicamentos no SUS foi qualificada como muito boa ou boa por 69,6% dos entrevistados e como ruim ou muito ruim por 11% deles.
O atendimento por médico especialista no SUS foi o terceiro serviço com maior proporção de opiniões positivas: 60,6% dos entrevistados que utilizaram ou acompanharam alguém que utilizou opinaram que esse serviço é muito bom ou bom, enquanto 18,8% o consideraram ruim ou muito ruim.
Problemas apontados
Os entrevistados indicaram, a partir de alternativas pré-definidas, quais os dois principais problemas do SUS. A falta de médicos foi a alternativa com maior proporção de indicações, correspondendo a 58,1% das respostas. Problemas relativos ao tempo de espera para conseguir atendimento nos postos/centros de saúde ou nos hospitais aparece em seguida (35,4%), assim como a demora para conseguir uma consulta com especialistas (33,8%).
Planos de saúde
Dentre os entrevistados que têm ou tiveram plano de saúde, as principais razões citadas por eles para aderirem ao segmento da saúde suplementar foram: maior rapidez para realizar consulta ou exame (40,0%); ser um benefício fornecido gratuitamente pelo empregador (29,2%); a maior liberdade para escolha do médico que irá atendê-lo (16,9%).
Na percepção dos entrevistados que têm ou tiveram plano de saúde, o principal problema desse segmento é o preço da mensalidade dos planos/seguros de saúde (39,8%). Essa avaliação é seguida pela indicação do problema “algumas doenças ou procedimentos não são cobertos pelo plano” (35,7%).